
É de forma contundente que Cristina Caras Lindas fala após ter sido descoberto o automóvel do amigo Pedro Palma e recorda a atribulada vida do amigo, que foi casado com Clara Pinto Correia. O fotógrafo está separado da bióloga, hoje radicada nos Estados Unidos, há 7 anos, após acusações de infidelidade.
Só que os problemas não se ficaram por aí, na vida do repórter fotográfico. "Não vou falar de muitas coisas que têm a ver com a sua privacidade, de muitos anos difíceis da sua vida, porque nos últimos 3, só para resumir, ele fez 7 operações", revela Cristina Caras Lindas, comentando o desaparecimento do amigo, desde a passada quinta-feira.
ZANGADO COM A VIDA
Com o estado de saúde muito debilitado, Pedro Palma, que completou 58 anos no dia 13 de agosto, "estava muito cansado da vida. O Pedro estava zangado com tudo", adianta Caras Lindas.
A antiga apresentadora de televisão chora, ao falar à CMTV. "Mantinha o bom humor, aqui e ali, e andávamos sempre nesta dança. Agora, não sei qual foi a dança que ele quis dançar desta vez. Estou triste e à espera do pior. Todos nós somos inteligentes e as pistas estão todas dadas".
Caras Lindas acrescenta um novo dado que, na sua ideia, é revelador de que Pedro Palma preparava a sua despedida. "Escreveu um livro e enviou-me a semana passada para que o editasse. Acho que até na retirada dele teve que fazer uma coisa diferente".
O repórter está desaparecido há 5 dias. Na noite em que saiu de casa não levou o telemóvel nem os medicamentos que tomava. Na altura, tal não alertou a família. "Uma pessoa toma os medicamentos em casa e se tem intenção de voltar é natural que não os leve", avalia o comentador da CMTV Carlos Anjos. Só que, acrescenta o criminologista: "Por outro lado, se a pessoa pensa no pior, também não os leva. A análise pode ser feita para os dois lados".
VOZ A PUXÁ-LO PARA A MORTE
Ao que apurou a Polícia Judiciária, que entretanto tomou conta do caso, Pedro Palma terá tido uma noite algo atribulada na quinta-feira, 24, quando a irmã, que denunciou o caso, o viu pela última vez. "Sabemos que tinha vendido o carro a um amigo mas que este lhe disse que não precisava do carro de imediato e que lho emprestava", explica o criminologista Carlos Anjos.
O comentador da CMTV faz o filme daquele início de noite. "Passou 4 vezes nas portagens. Às 21.20, quando saiu de casa. Depois, em Carcavelos, às 21.26. Daí, sai em S. Pedro às 21.38 e, às 21.43, volta a entrar. Ou seja, dá ideia de que se arrependeu de alguma coisa e que andou para a frente e para trás".
O automóvel foi encontrado numa rua da zona de Sintra. "Tinha uma namorada/amiga na zona onde o carro foi encontrado mas, já contatada pela irmã, não o terá visto. Ou seja, não foi falar com essa amiga dele". Carlos Anjos completa, tendo em conta o percurso errático feito, de automóvel, nessa noite: "Dá a ideia de alguém que está à beira do abismo, com uma voz que o prendia ao lado de cá e outra a puxá-lo para o abismo".