"Faz hoje um ano que pela primeira vez na minha vida tive medo de morrer. Que pela primeira vez na minha vida fiz um telefonema em jeito de despedida. Nunca me vou esquecer do medo e daquele aperto no coração que nunca tinha sentido. Da urgência dos médicos a olharem para mim e entre dentes a dizerem uns aos outros 'não temos muito tempo'", começa assim o desabafo feito por Inês Carranca na sua conta de Instagram.
A repórter da RTP não esquece esta data de má memória e lembra que a filha, na altura, tinha apenas um mês e meio: "Na minha cabeça, no meio daquela azáfama, eu só pensava na Francisca. Tinha 1 mês e meio e eu não lhe podia falhar. A nossa história ainda agora tinha começado. Eu tinha de voltar para casa. Foi isso que repeti vezes sem conta, já deitada no bloco operatório, com o telemóvel ao lado a enviar mensagens à minha mãe e a ligar ao João sem saber muito bem o que lhe dizer."
Garante Inês que nunca mais se esquecerá daquele dia 1 de novembro: "Nunca mais me vou esquecer do que senti ali naquele momento. 'Eu quero voltar a ver a minha filha'. Adormeci a dizer isto e, ao mesmo tempo, a pensar 'e se isto tudo acaba agora?'. Nunca mais me vou esquecer do dia 1 de novembro e de como tudo nos pode fugir entre os dedos de um momento para o outro."
E termina com um conselho: "Este dia mudou-me. A mim. À forma como penso e vivo as coisas. À forma como aproveito cada momento. Quando engravidei estava a tirar uma formação de Yoga onde se falava muito do 'aqui e agora'”. Nunca fez tanto sentido na minha vida. Vivam o aqui e o agora."