
Cristina Ferreira está no centro de um verdadeiro 'furacão', depois de ter dito no 'Dois às 10', da TVI, desta segunda-feira, que Conceição Figueiredo, uma mulher alegadamente assassinada pelo ex-companheiro, Jair Figueiredo, se tinha "posto a jeito" para ser morta.
As suas redes sociais foram imediatamente alvo de uma verdadeira avalanche de críticas como nunca antes, de pessoas indignadas que a acusam de culpar a vítima pelos atos do homicida.
Entre as centenas de comentários de anónimos, incluem-se os de vários famosos, como Beatriz Gosta, Mel Jordão ou KikoIsHot.
E, se até agora se mantivera em silêncio, Cristina decidiu quebrar o silêncio esta manhã de terça-feira... mas não foi para assumir o erro da polémica expressão que usou.
"Não tenho por hábito comentar polémicas da Internet mas como não posso compactuar com a desinformação e a caça ao like tenho de me manifestar", começou por referir, garantindo que a Crónica Criminal do seu programa "é um espaço que nos últimos anos muito tem contribuído para a informação, alerta e até mudança na justiça portuguesa, falámos, infelizmente, de mais uma mulher morta".
"Na sequência do debate falei dos tempos que correm e de como não podemos já confiar em ninguém. O alerta tinha o propósito da defesa de cada um de nós em relação a desconhecidos ou relações abusivas e controladoras. A frase pôs se a jeito usada, no contexto, tinha tudo menos o propósito de culpabilizar a mulher, aliás o que se pretende é exatamente o contrário", atirou.
Cristina alega assim que a frase foi retirada do contexto e "provocou uma avalanche de partilhas e discurso de ódio, que vão exatamente no sentido contrário daquilo que apregoam algumas das vozes que se manifestam no combate à violência".
Cristina atira-se então a quem a criticou.
"O apontar do dedo e a procura do erro no outro, de forma enviesada, não contribui para o combate, necessário e urgente, da violência doméstica", dispara.
Cristina Ferreira é da opinião de que "estimular discursos de ódio não favorecem uma sociedade melhor. A voz de cada um deve ser usada para a criação de empatia, discussão informada e alteração de comportamentos, que infelizmente me parecem viver um retrocesso".
Por isso mesmo, finaliza com uma garantia: "Posto isto, vou continuar, no espaço que tenho profissional, a usar a minha voz e a dos meus convidados, psicólogos, advogados e inspetores da polícia, para o alerta, a informação e divulgação de tudo o que nos pareça essencial para uma sociedade melhor. Trabalho que faço há 20 anos. É no amor que evoluímos. Nunca no ódio".