
O dia 12 de setembro de 1982 é uma data histórica para o atletismo nacional e para os portugueses. Uma franzina, pequena e praticamente desconhecida atleta portuguesa ganhava a primeira maratona feminina jamais realizada em grandes competições.
E como se chamava essa atleta? Rosa Mota! Depressa Portugal fixou o seu nome e o mundo também! No jornal Record de setembro de 2002 lê-se sobre a atleta: "Vinha de um período negro da sua promissora carreira. Uma anemia quase a levara a deixar o atletismo, valendo-lhe então um jovem médico, também atleta, José Pedrosa, que a conseguiu recuperar. A jovem atleta do FC Porto, que entretanto se transferira para o CAP, clube formado e dirigido por atletas (entre os quais esse tal José Pedrosa), já se notabilizara na Meia-Maratona da Nazaré."
Este período antecedeu o início de uma carreira de grandes sucessos e que começaram no tal dia 12 de setembro de 1982. É nessa altura que a figura de José Pedrosa se torna indissociável da carreira e da vida de Rosa Mota. "O seu companheiro foi decisivo na sua recuperação, em 1980, quando problemas de saúde quase a levaram a abandonar a modalidade. Depois, foi ele quem lhe deu apoio no célebre Europeu de Atenas (viajando numa carrinha onde dormiu, juntamente com outros amigos do CAP)", lê-se ainda no Record.
José Pedrosa passou, então, a ser o cérebro e obreiro da carreira de Rosa. "Perfeccionista até ao limite, polémico quanto baste, teve sérias "guerras" com a Federação e COP, as quais atingiram o ponto máximo em vésperas dos Jogos Olímpicos de Seul (de onde veio com a medalha de ouro ao peito), quando a atleta chegou a ameaçar representar Macau para ultrapassar a proibição de competir que a Federação Portuguesa de Atletismo preparava, na sequência de uma suspensão devido à sua ausência num Mundial de Estrada" escreve-se na referida publicação sobre o treinador e companheiro de Rosa Mota.
"Continuo convencido de que, sem ele, a Rosa já não teria sido atleta", disse Pompílio Ferreira que foi treinador da atleta antes do aparecimento de José Pedrosa. Muito discreto, o companheiro de Rosa Mota sempre se manteve um tanto na sombra. Os dois continuam a ser um casal cúmplice e unido e, por isso, é natural que Pedrosa sofra agora pela mulher que está internada nos Cuidados Intensivos do Hospital de Santo António, no Porto.