
Júlia Pinheiro começou o dia com um homenagem ao pai. A apresentadora da SIC partilhou com os milhares de fãs uma foto inédita do progenitor, Hélder Pinheiro, que morreu a 17 de junho de 2010.
"Uma fotografia inédita. O meu pai estava sempre a rir. Nesta fotografia está sério. Bom dia a todos os Super-Pais", escreveu a apresentadora neste Dia do Pai.
No ano passado, Júlia tinha feito uma revelação sobre o pai: "O meu Pai era o meu herói. Quando completei 12 anos, recordo-me que passou a ser também o meu ditador. Deparou-se com uma filha a entrar na adolescência e fazia de tudo para proteger aquele que era o seu precioso tesouro. Furar as orelhas estava fora de questão. Pintar as unhas era um cenário impensável. Decotes pronunciados então nem se fala! Minissaias, sim, desde que tivesse em atenção o comportamento discreto da silhueta do meu corpo (e esta é uma conduta que, inconsciente e conscientemente ficou até hoje). Ainda hoje não sei o que é ir a um café sozinha. Antes não me era permitido e fiquei sem saber fazê-lo, mesmo quando me foi concedida a liberdade para isso, ao sair de casa, para casar – Sim, outros tempos!", escreveu no seu blogue.
E mais: "Mas digamos que nem só de ditadura foi feita a minha adolescência. O meu pai tinha tanto de austero como de avidez de conhecimento. Parece estranho, mas era exatamente assim. Lê tudo o que puderes, compra todos os livros que quiseres. Aprende tudo. Dizia-me. E lá fui eu – fiz cursos desde cinema à arqueologia. O meu Pai legou-me esta noção de que o conhecimento é tudo. Legou-me o sentido de humor. Legou-me o latido (ele ladrava ainda melhor do que eu :). E legou-me a capacidade infinita de amar. Eu era o centro da vida dele. Amei-o tanto. Mas tanto. Tanto ao ponto de perdão. Desculpei-o por me ter deixado mais cedo do que provavelmente teria acontecido caso tivesse abandonado o vício do tabaco. Morreu de cancro de pulmão. Mas, até lá, fumava às minhas escondidas. Até isso lhe perdoei. Recordo muito bem o meu pai. O seu olhar forte e intimamente generoso. Sonho muitas vezes com ele, confesso. Só não consigo recordar a voz dele. Hoje voltei a tentar. Voltei a não conseguir. O meu Pai era o meu herói."