A entrevista não podia ser mais crua e verdadeira. O chef de 'Pesadelo na Cozinha', aceitou o desafio de Cristina Ferreira e deixou-se entrevistar pela mulher, a jornalista Mónica Franco.
O próprio Ljubomir Stanisic refere durante a entrevista que há perguntas a que é difícil responder à própria mulher mas não há questões proibidas e nada fica por responder.
Dificilmente haverá alguém que conheça Ljubo tão bem quanto Mónica. E ela sabe tocar nos botões certos do jugoslavo, naqueles que o fazem sentir vivo.
A conversa começa forte, com as palavras "sangue", "suor", "pele" e "carne". Palavras íntimas do chef do 100 Maneiras. "'Sangue' é a palavra que provavelmente mais me identifica na vida... 'Sangue', 'pele', 'suor' (do trabalho, do sacrifício)... identifico-me com todas elas."
Palavras que conduzem a uma outra, mais forte ainda: "dor". "Gosto de dor em todos os sentidos. Seja no sexo, no trabalho, no dia a dia, acho que a dor é importante em todos nós, para conseguirmos encontrar prazer em qualquer coisa. A dor faz parte."
E Mónica quis saber: "Achas que não há prazer sem dor?"
"Acho difícil. A mim, a dor fez-me ter prazer e o sangue, a vida, o amor", responde Ljubo.
Mónica quis ir mais longe e volta a tocar nos botões certos, que mexem com o chef. "És uma pessoa carnal... carnuda?"
"Não é fácil responder a perguntas feitas pela minha mulher nesse sentido (risos). Eu sou todo carne e carnudo e acho que tudo o que significa 'humano': carnudo, sangrento... faz parte de mim, faz parte de uma vida, faz parte de uma luta, de uma conquista."
