
Para Luísa Castel-Branco, de 62 anos, a idade não é algo que a atormente, até porque o percurso não tem sido fácil. Aos 49 anos sofreu um AVC e, agora tem de conviver com uma doença autoimune que não lhe dá descanso. Mas Luísa não é mulher de baixar os braços.
Em declarações ao site FLASH!, Luísa Castel-Branco fala da doença mas também daquilo que a faz seguir em frente. "Nem dei pela idade porque não tive tempo. A luta foi tanta: um AVC aos 49 anos, uma doença autoimune que me desgasta muito. E houve um dia, vai fazer no dia 12 de abril três anos, que fiz 60 anos de idade. De repente percebi que era sexagenária. Bati mal. Fiquei a penser: isto é horrível e agora? Agora olha, continua em frente. Estou viva, estou com os meus netos. Aqui estou pronta para as curvas."
"VIVO À BASE DE MEDICAMENTOS PARA AS DORES"
A doença autoimune é aquilo que lhe atormenta os dias, sem lhe dar um minuto de descanso. Hidradenite supurativa, assim se chama a doença, manifesta-se na pele. "A minha doença é demasiado permanente, constante e presente. Mas penso sempre – e não é para me armar em heroína – que há pessoas que estão piores do que eu. O ano passado foi muito mau e o ano anterior também. Vivo à base de antibióticos e cortisona, permanentemente. Esta é uma doença muito incapacitante, tenho que viver com ela diariamente e condiciona o que visto, como ando, se posso andar ou não. É chegar a casa e tirar a roupa a correr para ficar com menos dores. Vivo à base de medicamentos para dores. Mas há quem esteja muito pior do que eu."
"TENHO QUE ME MANTER ATIVA, CONTINUAR A TRABALHAR"
Manter-se ativa é uma prioridade. Faz tricot e crochet e recentemente publicou um livro, '1001 Razões Para Mudar Tudo', sobre as suas "manualidades", como lhe chama. "Tenho que me manter ativa, continuar a trabalhar e a fazer as minhas coisas. Agora até publiquei aquele livro das minhas manualidades. Ainda bem que descobri aquilo senão já tinha morto alguém, apertado o pescoço ao marido, dar um pontapé aos filhos. Aquilo é uma forma de abstração! Não tenho jeito para vítima. É óbvio que há muitos dias em que não consigo sequer sair de casa e há muitos momentos maus mas como a doença não tem cura, tenho que viver com isso."
"SEMPRE ME ACHEI FEIA"
Mas as dificuldades e a idade trouxeram-lhe outras coisas: amor-próprio e autoestima. "De repente está a acontecer-me uma coisa estranha. Pela primeira vez na vida, à beira de fazer 63 anos, estou a começar a dar valor a mim mesma. Nunca me achei uma mulher interessante, sempre me achei feia. Nunca ninguém me disse que eu era bonita, pelo contrário. Isso não tinha interesse nenhum. O que contava era o caráter. E cresci assim. Agora não, estou a dar-me valor. Bolas, eduquei três filhos sozinha, aos 46 comecei a fazer televisão, aos 52 publiquei o primeiro romance, tenho esta carga em cima de mim mas mesmo assim digo que há quem esteja pior. Acho que finalmente estou a ganhar autoestima. Nunca é tarde."