
O Presidente dos Afetos falou. E deu um enorme puxão de orelhas ao governo de António Costa, que, diz Marcelo Rebelo de Sousa, banalizou as vítimas dos incêndios florestais que voltaram a pintar de negro Portugal neste domingo. De negro por causa da paisagem, mas essencialmente por causa do luto: nesta altura estão confirmados 41 mortos, 71 feridos, 15 deles em estado grave.
Esta noite, depois de ter visitado Oliveira do Hospital, uma das zonas mais atingidas, o Presidente garantiu: "Por muito que a frieza destes tempos cheia de números e chavões políticos convidem a banalizar, estes 100 mortos não mais sairão do meu pensamento, com o peso enorme na minha consciência como no meu mandato presidencial". Acrescentou: 2Se há, na Assembleia da República, quem questione a atual capacidade do Governo para realizar estas mudanças inadiáveis e indispensáveis então que, nos termos da Constituição, esperemos que a Assembleia diga soberanamente se quer ou não manter este Governo".
Marcelo garante que esta tragédia obriga a mudanças, nomeadamente da ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, que tem sido muito criticada. "Abrir um novo ciclo obrigará o Governo a ponderar o quê, quem, quando e como melhor serve este ciclo", explicou o Presidente, numa mensagem clara para António Costa remodelar o executivo. Recorde-se que Costa garantiu que não ia demitir a ministra. Constança referiu que era muito fácil deixar o governo e ir de férias, que não as teve porque esteve a trabalhar.
Recorde-se que Costa garantiu que não ia demitir a ministra. Constança referiu que era muito fácil deixar o governo e ir de férias, que não as teve porque esteve a trabalhar.
Uma trapalhada que agora Marcelo vem a público exigir mudança.