
Salvador Sobral vive momentos dramáticos. O cantor de 27 anos de idade está internado em estado crítico numa unidade onde está em vigilância permanente dos melhores especialistas em problemas cardíacos.
O risco de vida é elevado, se não receber rapidamente um transplante de coração. Mas mesmo que surja um coração compatível nas próximas horas, a operação só poderá acontecer se Salvador estiver com parâmetros clínicos que permitam uma intervenção. Para além da compatibilidade sanguínea, o dador tem de ter o peso e a altura identicas ao vencedor do Festival da Eurovisão.
Sensibilizada com o estado de saúde do cantor e músico, a escritora Margarida Rebelo Pinto deixou uma mensagem de esperança e, ao mesmo tempo, recorda um dos momentos mais difíceis da sua vida, quando ela própria esteve internada nos cuidados intensivos com um acidente vascular grave, que podia ter-lhe custado a vida. Momentos dramáticos de terror.
"Desculpem o meu ataque sentimental, mas tenho de falar sobre isto. O Salvador Sobral está nos Cuidados Intensivos. Tem uma insuficiência cardíaca muito grave. Eu sei o que é estar na UCI com uma deficiência cardíaca. É um terror para a família e os amigos", descreve Margarida na mensagem que partilhou na sua página de facebook.
A escritora de 'Sei Lá' descreve o momento como uma experiência em que se lida com a morte de muito perto. "Para quem está internado é um compasso de espera entre a vida e a morte. Vês literalmente a morte a passar por perto. Todos os dias há camas que vagam, doentes que melhoraram, ou que não aguentaram. E perguntas às enfermeiras o que aconteceu. As máquinas de monitorização apitam, há doentes que convivem bem com o silêncio ao lado de outros que choram e gritam de medo e de desespero."
Estar internado nos cuidados intensivos, a lutar pela vida, é, para Margarida Rebelo Pinto, uma corrida contra o tempo. "Quando tens a vida por um fio o mundo pára lá fora. Pensas naqueles que amas e queres viver para não os deixares sozinhos. Agarras-te à vida, rezas, acreditas em milagres. É f*****. Vão por mim. É mesmo. Cá fora o mundo gira, andamos absorvidos com coisas que nem sequer são importantes. Vivemos como se tivéssemos a eternidade na mão. Não temos. Temos mais ou menos sorte, mais ou menos anos de vida."
Por fim, a escritora deixa o conselho óbvio que é aproveitarmos a vida o melhor que conseguirmos. "Os anos voam, os erros repetem-se, os filhos crescem e eu tenho sempre pena de todos os abraços que podia ter dado e não dei, porque sei que o tempo é o maior ladrão e rouba tudo. Temos de saber enganar o tempo, temos de aprender todos os dias a não adiar a Felicidade. Temos de ser um bocadinho mais sábios."