O novo secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, eleito no último sábado, 16, traçou um limite sobre o que o público deve esperar nos próximos anos... nada sobre a sua vida pessoal.
Em entrevista no programa de Júlia Pinheiro, na SIC, esta quarta-feira, 20, o político garantiu que a mulher, Ana Catarina Gamboa, não vai aparecer em palcos nem abrir as portas para falar da vida familiar. A atual chefe de gabinete do ministro do Ambiente e da Ação Climática também se prepara para fazer um "sacríficio". "Foi na política que a conheci. Nós tentamos separar [a vida familiar do trabalho], nós queremos o sucesso um do outro", afirmou, depois das insistências de Júlia.
A exposição "é horrível", sublinhou. "O escrutínio das nossas decisões, do nosso trabalho, tem que acontecer, faz parte da democracia. Quando passa para a vida pessoal, estamos a ir para lá daquilo que interessa à vida coletiva", explicou. Pedro Nuno Santos não tem dúvidas, a exposição "agora vai ser muito pior". "Para já, ela vai deixar [o trabalho na política], e vai fazer outra coisa".
"Nós partilhamos uma vida, tomamos opções em conjunto, e essas opções às vezes têm consequências num dos dois", argumentou. A mulher "vai [fazer um sacrifício]. É verdade".
A deixar o cargo de chefe de gabinete do ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, com quem trabalha há 10 anos, a mulher de Pedro Nuno Santos vai deixar para trás um ordenado bruto de 4.828,66 euros, aproximadamente 2.784,05 líquidos, segundo o site do governo.
No cenário de campanha eleitoral, Ana Catarina Gamboa "não está disponível para algumas coisas". "Muitos políticos em Portugal fazem questão – eu nunca gostei – de aparecer com a mulher no palco. A Catarina não gosta disso, não quer e eu respeito isso. Aliás, acho que depois não nos podemos queixar. Se queremos expor a nossa vida familiar e depois, ao mesmo tempo, não queremos que se fale sobre ela. Até agora tenho conseguido fazer essa questão".
Quem é a mulher de Pedro Nuno Santos?
Com 40 anos, faz 41 em março, Ana Catarina Gamboa Vaz tirou a licenciatura em Economia no Instituto Superior de Economia e Gestão, da Universidade de Lisboa, em 2007. No ano seguinte fez um estágio no departamento de Marketing do BES, mas apostou na especialização em Economia Pública e Política Social.
Depois de quatro anos a trabalhar como consultora na sociedade Augusto Mateus & Associados, mudou-se em 2013 para o gabinete do então vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Duarte Cordeiro. A partir dali começou uma parceria que a levou até ao ministério do Ambiente no ano passado.
O seu caminho cruzou-se com o de Pedro Nuno Santos há 20 anos, na Juventude Socialista (JS). Foi Duarte Cordeiro quem fez as apresentações, segundo uma rara declaração do novo secretário-geral do PS.
"Foi nesse percurso que conheci uma jovem militante da equipa concelhia do Duarte. Uma mulher bonita, divertida e com muita graça, inteligente, desafiadora e, sobretudo, competente. Ela era inquieta, rebelde, sempre pronta a desafiar e a questionar as minhas decisões. Mas apesar de chocarmos muito, gostava da personalidade dela e do seu instinto político. Era uma pessoa assim que precisávamos na nossa equipa e foi por isso que ela fez parte do meu primeiro Secretariado Nacional da JS", escreveu no Facebook em 2019, quando a mulher enfrentou uma onda de críticas por ter sido nomeada chefe de gabinete do secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares.Os dois só começaram a namorar quando Catarina Gamboa já estava a trabalhar na Câmara de Municipal de Lisboa, casaram e tiveram um filho, Sebastião, de 6 anos.
