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Homenagem

Os tempos difíceis de Leonor Beleza: "Foi atacada em manifestações. Insultada na rua"

A antiga ministra da Saúde é hoje a presidente da Fundação Champalimaud. É, sem dúvida, "uma mulher que viveu mesmo duas vidas."
Por FLASH! | 11 de novembro de 2025 às 18:50
Leonor Beleza: "Uma mulher que viveu mesmo duas vidas"
Leonor Beleza
Leonor Beleza
Leonor Beleza, Manuela Ramalho Eanes
Leonor Beleza
Leonor Beleza
Leonor Beleza
Leonor Beleza
Leonor Beleza
Leonor Beleza, Manuela Ramalho Eanes
Leonor Beleza
Leonor Beleza
Leonor Beleza

Leonor Beleza foi ministra da Saúde entre 1985 e 1990, no governo de Aníbal Cavaco Silva. Hoje, além de ser membro do Conselho de Estado e primeira vice-presidente da comissão política nacional do PSD, é presidente da Fundação Champalimaud.

Luís Osório dedica-lhe um 'Postal do Dia', crónica que assina para a Antena 1. "Todos vivemos várias vidas. Somos estes, mas fomos outros ao longo do tempo. É por isso que, quando relemos um livro tudo nos parece diferente, mesmo os personagens que acreditávamos nunca mais poder esquecer. Acontece também nos casamentos. Mudamos nós e quem está connosco. Um exercício interessante e sempre arriscado – o amor quando perdura é uma construção perfeita entre duas pessoas que se vão adaptando às mudanças, que se vão aculturando, que se vão fundindo numa energia que deixa de ser apenas sua", começa por escrever o jornalista.

E continua: "A pretexto das várias vidas, pensei em Leonor Beleza. Uma mulher que viveu mesmo duas vidas – não apenas as que são naturalmente decorrentes das mudanças culturais e biológicas, mas vidas a sério… como se tivesse reencarnado a meio do caminho", considera o escritor para adiantar: "Leonor foi sempre considerada especial. Como estudante. Como membro da SEDES. Como jovem promessa na fundação do PSD. Como jurista. Como secretária de Estado. E como ministra estrela de Cavaco Silva, uma espécie de “dama de ferro” portuguesa numa pasta difícil e sempre ingovernável… foi na Saúde que Leonor Beleza viveu o seu momento mais alto e mais baixo."

Recorda Osório: "O escândalo do sangue contaminado levou-a à demissão e a uma anunciada morte política. Foi atacada em manifestações. Insultada na rua. Confrontada pelo estigma de que era culpada pela morte de pessoas concretas, gente inocente que, por sua culpa política, pagara o preço com a própria vida."

Garante o escritor: "Eu não teria aguentado o impacto. Não teria conseguido manter a cabeça erguida. Mas Leonor Beleza fê-lo e renasceu. Voltou a nascer e partiu para uma viagem onde, aconteça o que acontecer, já conquistou o seu lugar na história. Há 21 anos, por escolha de António Champalimaud, que não a conhecia, tornou-se presidente de uma fundação que transformou o paradigma da investigação e da saúde privada."

E termina: "Reabilitou o nome do empresário que se afundara nas ruas da amargura e, força do destino ou da providência, criou as condições para salvar da morte certa muitas pessoas, milhares de pessoas. O que dizer desta ironia?"

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