
Os últimos meses têm sido um desafio para o poderoso da estrutura jurídica do Benfica, o assessor Paulo Gonçalves, que esta quarta-feira, 5, foi formalmente acusado pelo Ministério Público (MP) de 79 crimes, numa altura em que o filho recupera de um grave atropelamento.
Segundo o jornal 'Record', a 6 de maio de 2017, Gonçalo Gonçalves, na altura com 13 anos de idade, seguia numa bicicleta quando foi atropelado na Estrada Nacional 3, logo a seguir a uma curva no sentido Torres Novas-Santarém.
O jovem sofreu um traumatismo craniano e outros ferimentos após o acidente e foi assistido no hospital de Santarém,mas mais tarde acabou transferido para Santa Maria, em Lisboa, onde os médicos optaram pelo coma induzido.
Paulo Gonçalves não se manifestou na altura sobre o estado de saúde do filho. Foi Ederson, o guarda-redes do Benfica, quem mostrou que o rapaz já estava a recuperar do acidente no final de maio ao publicar uma fotografia na ferramenta InstaStories. Foi a única novidade sobre o jovem desde então. Paulo Gonçalves tem tentado manter o drama familiar longe dos holofotes ao mesmo tempo que enfrenta graves acusações do MP.
As acusações no âmbito do processo e-toupeira de que terá de se defender em tribunal são: uma de corrupção ativa, uma de oferta ou recebimento indevido de vantagem, seis de violação de segredo de justiça e de 21 crimes de violação de segredo por funcionário, em coautoria com os arguidos Júlio Loureiro e José Silva, ambos funcionários judiciais.
O assesssor jurídico de 48 anos de idade está ainda acusado de 11 crimes de acesso indevido (em coautoria), de 11 crimes de violação do dever de sigilo (em coautoria) e 28 crimes de falsidade informática.
A acusação diz que, enquanto assessor da administração da Benfica SAD (Sociedade Anónima Desportiva), e no interesse da SAD, Paulo Gonçalves terá pedido a funcionários judiciais que lhe transmitissem informações sobre inquéritos, a troco de bilhetes, convites e 'merchandising'.