
É uma guerra de egos mas também de milhões. A SIC quer de Cristina Ferreira mais de 20 milhões de euros por ter quebrado unilateralmente o contrato milionário que a unia ao canal de Paço de Arcos. Já Cristina Ferreira mostra-se chocada com o valor pedido em tribunal e diz que só quer pagar 2,3 milhões, ou seja, o valor dos 29 meses de trabalho que não cumpriu. Isto é, 80 mil euros por cada um dos 29 meses que lhe faltou fazer de acordo com o contrato que assinou, num valor total de 2,32 milhões.
São estes os valores que estão em disputa em tribunal e que são revelados em pormenor pela Sábado, que teve acesso a documentos de ambas as partes.
Nesses documentos, Cristina assegura que nunca pensou que mudar de camisola mais cedo a poderia obrigar ao pagamento de uma indemnização tão alta, como pede a SIC. A estrela da Malveira diz que 5 milhões já era um valor elevado, quanto mais 20 milhões.
A SIC alega muitos milhões de perdas, nomeadamente em publicidade e em chamadas telefónicas de valor acrescentado.
E as citações dos documentos a que a revista teve acesso mostram que Cristina Ferreira estava muito descontente na SIC apesar de ser líder de audiências e fazer o que queria no seu programa. Mas ela queria mais: queria ter uma palavra a dizer na direção de programas e isso, alega, nunca lhe foi permitido apesar de, segundo a sua versão, estar escrito no contrato que a fez mudar da TVI para a SIC. Já a televisão de Paço de Arcos desmente que na contratação lhe tenha prometido um lugar de direção... a não ser no seu programa matinal.
Perante este desconforto com a ausência de poder de decisão na estratégia de entretenimento da SIC, Cristina aceitou o convite milionário da TVI e voltou "a casa", onde agora além de ser apresentadora e acionista é também diretora de programas, cargo com que sempre sonhou.
O juiz decide quem tem razão e que indemnizações há ou não a pagar.