
"Não sou um herói, sou um ser humano com respeito pelos outros", escreveu o piloto na sua página no Facebook em 2016, acrescentando: "Fiz aquilo que me competia, ao contrário, acredito que fizessem o mesmo por mim".
Uma declaração que vinha a propósito de um gesto solidário que correu mundo. O piloto português – que morreu esta manhã na Arábia Saudita na sequência de uma queda no Dakar – arriscou a sua própria classificação ao parar para ajudar um outro piloto.
Na altura, Paulo Gonçalves perdeu mais de 10 minutos a ajudar o austríaco Matthias Walkner, que havia sofrido uma queda e partiu uma perna: "O Dakar é uma aventura de muito risco, de muito sacrifício, damos tudo por tudo ao longo de vários dias, milhares de quilómetros, e o risco está sempre à espreita", referiu então o piloto que também era conhecido com 'Speedy' Gonçalves.
Natural de Esposende, onde residia, Paulo Gonçalves deixa uma família destroçada: Sofia, a mulher, e os dois filhos Érica, de 9, e Ruben, de 7. "A minha família é muito importante e isso traz-me muita estabilidade e faz-me muito feliz", afiançou o piloto sobre o seu núcleo mais chegado.