
Começa hoje a grande festa da música. Durante três dias a Europa (mais a Austrália e Israel) unem-se para escolherem... qual é a melhor música da Eurovisão. No total 37 países concorrem neste certame que é visto anualmente só pela televisão por cerca de 200 milhões de pessoas... a que se acrescentam quase igual número em plataformas de streaming, youtube e redes sociais.
Composto por três partes (duas semifinais e uma finalíssima), este Eurofestival decorre nos dias 7, 9 e 11 de Maio, este ano em Malmo, na Suécia.
A festa de resto começou no dia 6 (com a sofisticada Malmo Arena completamente lotada) com aquilo a que se chama o dress rehearsal (ensaio final), que já foi filmado como se fosse a atual emissão...para o caso de algo correr mal. Para quem hoje espreitar a primeira semifinal na RTP contará além da atuação dos primeiros 15 países (de onde sairão 10 para a final e no qual se conta Portugal) com performances de estrelas do certame Eleni Foureira, Eric Saade e Chanel num medley que promete deixar a arena – e quem estiver em casa – bem animado.
O intervalo contará com outro ex-concorrente da Eurovisão (cantou quando o certame esteve em Portugal em 2018), Benjamin Ingrosso, que cantará também um medley de canções de sucesso na Suécia, além da atuação de um histórico do festival, Johnny Logan, que arrecadou a vitória para a Irlanda nos anos de 1980, 1987 e 1992 (embora, neste último ano, apenas como compositor) que irá cantar a canção de Loreen, 'Euphoria', que venceu em 2012.
A segunda leva de atuações acontece dois dias depois, desta vez com 16 países e claro com mais atuações de ex-concorrentes. No segundo dia sobem ao palco Helena Paparizou, Sertab Erener e Charlotte Perrelli.
Mas num evento com 37 países a concurso, quem pode então ganhar? As casas de apostas estão ao rubro, porque não há certezas de quem vai levar o troféu para casa. Num ano em que abundam atuações mais extravagantes – com a Finlândia, a Irlanda e a Holanda à cabeça –, e coreografias grandiosas, com Luxemburgo, Suécia, Chipre e Áustria como os países que prometem por a Malmo Arena de ol
hos em bico) há dois países que parecem querer vencer este certame.
Comecemos peça Suiça. Nemo, um artista não binário lidera por uma unha negra as casas de apostas. O cantor e rapper tem já uma carreira consolidada no seu país mas tenciona ir mais longe. Com 'The Code', vai de encontro à forma como Nemo quer quebrar as regras não sendo homem nem mulher, e apelando a uma mundo mais equalitário. O ensaio da sua performance tem sido muito elogiado, assim como a sua voz angelical, com esta balada.
O seu adversário não podia ser mais diferente. A Croácia aposta numa música orelhuda, estranha e com uma coreografia que promete por a Arena sueca aos saltos. 'Rim Tim Tagi Dim', de Baby Lasagna é o terceiro single do cantor, que avançou com esta canção caso o seu país não tivesse intérprete nesse ano. A música é a história de um jovem que vive numa aldeia rural, que se vê obrigado obrigado a fugir para outro país em busca de uma vida melhor, por falta de emprego. Os croatas adoraram e os países à volta já fizeram dela um hino. E, embora pareça uma história triste, a canção é tudo menos isso e foi a favorita para arrecadar a vitória na Suécia.
A surpresa pode, no entanto, vir de dois outros países: Itália e Ucrânia. Desde que foram apresentadas, as canções de ambos têm sido muito elogiadas. 'La Noia', de Angelina Mando, é a tentativa do país dos romanos levar novamente a vitória para casa, depois dos Maneskin e o seu 'Zitti e Buoni'. A canção mais ouvida em Itália nas últimas semanas promete fazer frente aos favoritos, tal como as ucranianas Alyona e Jerry Heil com o seu 'Teresa & Maria', um tema sobre esperança e sobre o poder de Madre Teresa e a Virgem Maria.
Nos 10 mais debatem-se ainda a Holanda com 'Europapa' de Joost Klein, a Suécia com 'Unforgettable' de Marcus & Martinus, a Bélgica com 'Before the Party is Over' de Mustii ou a rave da Áustria de Kaleen e a canção 'We Will Rave'.
Então e Portugal? 'Grito' de Iolanda chega aos palcos esta terça-feira, na primeira semifinal, e pode não passar daí. Desde o início que a canção portuguesa nunca chamou muito a atenção. Nos sites de apostas, está mesmo em 31.º lugar, no total de 37 países. Contudo, depois do ensaio de ontem, Portugal pode conseguir entrar nos 10 escolhidos para passar à final. Logo se verá se a sorte está do nosso lado!
A grande final é apenas no sábado, 11 de maio, em que está reservada outra surpresa: uma homenagem aos ABBA, que atuaram pela primeira vez na Eurovisão em 1974, e arrecadaram a vitória para a Suécia.