
"Disse-me que eu era abaixo de cão", assumiu Diogo Infante, de 56 anos de idade, numa conversa com Ana Rita Clara, na TVI Ficção, quando recordou a crítica mais arrasadora que recebeu no início da sua carreira. Nessa altura, em 1995, o ator apresentou um famoso programa de televisão, 'Pátio da Fama', na RTP1, que tinha como objetivo descobrir talentos, em que os concorrentes representavam cenas de cinema e teatro nacionais ou estrangeiros, sendo avaliados por um júri.
"Há muitos anos, apresentei um programa de televisão, o 'Pátio da Fama', e houve um crítico de televisão que basicamente disse que havia os apresentadores, depois havia os não sei quantos, havia os cães e eu era abaixo de cão", recordou aquele que é, há muito, um dos melhores da sua geração a representar e que é o atual diretor artístico do Teatro da Trindade, em Lisboa.
Ana Rita Clara sugeriu "que está na hora de responder a esse crítico", mas o ator e encenador preferiu manter-se igual a si próprio: "Achas? Não vale a pena", disse, entre risos. Foi de seguida desafiado a recordar o melhor elogio, o mais inesperado de todos. De imediato, relembrou Eunice Muñoz, uma das mais consagradas atrizes do País: "O que mais me marcou foi da Eunice e foi quando trabalhámos na 'Banqueira do Povo' e eu fazia de seu sobrinho. Tínhamos muitas cenas e, um dia, ela... encostou-me à parede, literalmente, no corredor dos estúdios..."
Com os olhos a brilhar, Diogo Infante prosseguiu: "Agarrou-me na cara e disse-me coisas muito bonitas... Não digo, senão começo a chorar." Não chorou, mas emocionou-se com a recordação: "Foi muito bonito! De repente, tinha ali aquele mito a dizer-me... 'bem-vindo', a dar-me as boas-vindas e isso foi muito importante para mim."