Desde que ficou sem trabalho na TVI, depois de 17 anos ao serviço do canal [a recibos verdes] e que decidiu enfrentar a estação em tribunal que Leonor Poeiras tem a vida em suspenso.
A apresentadora, de 42 anos, perdeu qualquer tipo de rendimento fixo, não voltou a conseguir trabalhos na área da comunicação e, desde fevereiro deste ano, altura em que o julgamento contra a estação de Queluz de Baixo começou, vive numa ansiedade constante.
Caso de Leonor Poeiras contra a TVI chega à Justiça
Em tribunal, Leonor exige ao canal onde fez carreira 1,2 milhões de euros por a ter dispensado de uma hora para a outra sem qualquer aviso ou justificação. Durante o seu depoimento, a apresentadora contou que foi Nuno Santos quem prescindiu dos seus serviços, de forma muito crua e direta.
"Enquanto meu diretor, foi muito injusto e desagradável. Eu estava preocupada por, em cinco meses, apenas ter trabalhado 11 dias úteis e já vinha com queixas para essa reunião. Durante toda a reunião ele foi muito desagradável comigo, muito paternalista, e sempre a subestimar-me", disse Leonor, acrescentando que nesse encontro com Nuno Santos lhe fez saber as suas angústias.
"A minha outra questão foi: a TVI está sem rumo e queria formalizar a nossa relação. Foi aí que ele disse que não havia nada a formalizar, que não tinha qualquer vínculo com a TVI. Magoou-me ouvir isto de um estranho. Disse que estava fora de questão fazer contrato e que não tinha nada para mim. Que podia ir procurar noutro sítio, nomeadamente na Antena 3. Isto foi humilhante."
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Leonor Poeiras deixa agradecimento especial a quem a aguardava à porta do Tribunal
Depois dessa conversa com Nuno Santos, e que levou à sua saída da TVI, Leonor Poeiras garante que nunca mais foi a mesma e que precisou de começar a ser medicada. "Fiquei com uma depressão e sou medicada até aos dias de hoje. A nível pessoal, ouvir um diretor dizer que não tem nada para mim deixou-me em pânico".
PROGRAMAS DE BAIXO NÍVEL
Durante o seu testemunho em tribunal, Leonor Poeiras recordou ainda as humilhações a que foi exposta nos últimos anos a trabalhar para a TVI, nomeadamente quando apresentou o programa 'Quem Quer Casar com o Meu Filho', em 2019.
"Percebi que aquilo ia tomar um rumo diferente. Fiquei constrangida. As mulheres tinham todas muito mau ar e já estavam a ter comportamentos ordinários ainda antes de o programa começar. (…) Uma delas até era prostituta. Não faço programas de baixo nível", afirmou em tribunal.
O percurso de Leonor Poeiras nos reality shows da TVI
"Estava a ser humilhada. Propus, inclusive, mudanças de conteúdo para salvar o programa, que supostamente foram aceites, mas era tudo a fingir."
Este foi, aliás, um dos assuntos abordados com Cristina Ferreira quando a apresentadora esteve em tribunal. Enquanto diretora de entretenimento do canal, a estrela foi questionada sobre o que acontece a um rosto quando este decide recusar um programa que lhe é proposto. A resposta foi clara e pode ter deixado a TVI em maus lençóis. Em tribunal, Cristina disse que o profissional pode recusar o que lhe é proposto, mas que tem de estar consciente das consequências que daí possam advir.
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Pode é não existir mais nada a seguir, se recusarmos", afirmou, para de seguida corrigir. "
Não significa que não voltem a convidar, não sabemos é que outro convite pode surgir a seguir".
A vida de Leonor Poeiras desde que foi dispensada da TVI
Outro depoimento relevante para Leonor Poeiras em tribunal foi o do ex-companheiro e pai do filho, Miguel Braga. O diretor de Comunicação do Sporting esteve para confirmar o drama já confirmado por Poeiras, que garantiu que a TVI a impediu de abandonar as gravações do programa no dia em que o filho foi agredido.
"A Leonor disse-me que lhe sugeriram que alguém da produção fosse buscar o nosso filho", partilhou Miguel Braga, que afirmou ter a convicção de que se a ex-mulher contrariasse aquilo que lhe estava a ser pedido que "seria despedida".
MEDO E ANGÚSTIA
Ao longo dos últimos meses, e com o processo contra a TVI em tribunal a sofrer sucessivos adiamentos, Leonor Poeiras admite que tem vivido angustiada. A apresentadora, que garante que já teve de vender um monte no alentejo porque não tinha dinheiro para o pagar,
admite que todas as portas lhe têm sido fechadas na área da comunicação e que teme pelo seu futuro profissional.
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A apresentadora foi obrigada a desfazer-se do património.
No entanto, garante que agora vai lutar até ao fim por aquilo em que acredita. recorde-se que
em causa está 1 milhão 286 mil 608 euros e 20 cêntimos - o pedido de indemnização da antiga apresentadora à estação.
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Às vezes perguntam-me onde arranjei coragem para processar a TVI, um grupo de comunicação tão grande e eu tão pequenina... mas quando já não tens nada a perder (nem o teu emprego), são os teus verdadeiros valores que te empurram. A tristeza, o vazio, a ansiedade e o medo fazem parte da vida. Mas também a verdade e a justiça. Segue sempre em frente, mesmo não sabendo o que aí vem [...] Atualmente, aguardo que a minha carreira de 17 anos neste canal seja reconhecida pela justiça portuguesa. O que vai acontecer depois não sei, mas sei que comunicar está no meu ADN."