
Nas veias de Kate Middleton não corre sangue azul. Pelo contrário, a jovem nasceu no seio de uma família de classe média que fez fortuna com uma empresa de organização de festas infantis. E foi essa riqueza adquirida que permitiu aos pais da jovem, Carole e Michael Middleton, proporcionar aos três filhos uma educação esmerada, colocando-os em colégios de prestígio. Diz-se que a atual duquesa de Cambridge escolheu a Universidade de St. Andrews, na Escócia, na esperança de se cruzar com o príncipe William.
Obra, ou não, de uma estratégia meticulosamente arquitetada, como é assegurado no livro ‘Battle of Brothers: William and Harry—The Inside Story of a Family in Tumult’, escrito por Robert Lacey, historiador da famosa série da Netflix, ‘The Crown’, a verdade é que o destino dos dois jovens se acabou por cruzar em 2001. E a paixão nasceu. O herdeiro do trono ter-se-á sentido fascinado de imediato pelo sorriso e alegria de viver da colega.
"Kate abdicou da matrícula numa das melhores universidades da Grã-Bretanha, a de Edimburgo, e optou por outra [St. Andrews] que provavelmente não tinha o mesmo padrão académico", escreveu Robert Lacey. "Ela já tinha visitado Edimburgo para resolver a questão das suas acomodações, mas trocou de universidade e o curso para História da Arte, porque esse era o de William. Ela atrasou a própria educação durante um ano e até arriscou não entrar em St. Andrews", explicou o autor.
Mas tudo correu bem! Desde que se apaixonaram que Kate e William são a imagem de um casal feliz, mesmo depois de terem vivido duas separações, uma em 2004 e outra em 2007. O amor foi mais forte e, nove anos depois de se terem conhecido, William pediu Kate em casamento. Curiosamente, a jovem, mesmo não pertencendo à realeza, não enfrentou uma grande oposição por parte dos Windsor. E quando falamos nos Windsor falamos no príncipe Carlos e, sobretudo, a rainha Isabel II, pois era (e é) a monarca que tinha a última palavra sobre este namoro e em dar o seu aval para que o casamento se concretizasse. A rainha aceitou a namorada do neto devido a duas questões fundamentais e são elas: o facto de Isabel II não querer cometer com William o erro que fez com Carlos, ou seja, obrigando-o a casar com uma mulher que não amava. A monarca havia aprendido a lição da pior maneira e não estava disposta a repetir a mesma falha. A outra razão, foi o facto de Kate de revelar uma jovem disposta a fazer os sacrifícios que lhe eram exigidos para tornar a noiva perfeita. Nunca se recusou a nada e demonstrava um grande interesse em aprender todas as regras do protocolo e da etiqueta real. Nunca se queixou! Pelo contrário, acatou tudo com um largo sorriso no rosto e ouviu todos os conselhos que lhe eram dados.
E foi esta docilidade e simpatia que seduziu toda a família real, desde a rainha, ao príncipe Carlos e ao príncipe Harry. Recorde-se que Kate Middleton e o cunhado tornaram-se bons amigos e que ele encontrou na mulher do irmão um apoio constante e recebeu o carinho que deixou de ter depois da morte da mãe, a princesa Diana. Com a maternidade, primeiro de George, e depois Charlotte e Louis, a duquesa assumiu um papel de destaque no seio de uma família que não é fácil. Além do mais, Isabel II confia muito em Kate. Reconhece-lhe capacidades e qualidades essenciais para um dia ser a rainha consorte. Por isso, tem dado mais protagonismo à duquesa e tem transferido várias tarefas para a jovem. Especialmente durante o confinamento obrigatório, em consequência da pandemia da covid-19, Kate e William estiveram em destaque. Mostraram-se próximos dos súbditos através das várias comunicações via zoom que iam fazendo.
Como se vê, a jovem plebeia conseguiu, ao longo destes anos, construir-se como a mulher perfeita para um dia, quando William subir ao trono, se tornar em rainha. Mais perfeita ainda que a sogra, a malograda princesa Diana, pois esta acabou por falhar nos seus propósitos de ter um casamento feliz ao lado de Carlos. Claro, que neste caso havia uma Camilla Parker Bowles a interpor-se entre o casal. Um problema que Kate Middleton nunca teve de enfrentar, pois William é um marido apaixonado e dedicado.
OS GASTADORES... E A PRINCESA ANA
Contudo, essa perfeição de que temos estado a falar parece não existir. Recentemente foram dados a conhecer alguns números que não deixam a duquesa de Cambridge com uma imagem muito positiva. Ficou-se a saber que ela e o marido são os elementos mais dispendiosos da família real. Mas pior do que isso é que para além das despesas que cometem, dos altos salários que auferem, apresentam-se como os menos produtivos.
Vamos então aos números. A princesa Ana, tia de William, foi a mais empenhada. Ao longo de 2021 esteve presente em 368 atos oficiais, incluindo 13 investiduras, que são mais cerimónias que estão mais dirigidas ao príncipe Carlos e o príncipe William. Curiosamente, pai e filho só marcaram presença em nove investiduras (seis para Carlos e três para William). O segundo lugar da tabela dos mais produtivos é ocupado pelo filho mais velho da rainha Isabel II, com 360 eventos oficiais.
William, por sua vez, apresenta-se em terceiro lugar, com 232 atos e Kate apenas cumpriu 115 eventos na sua agenda real. Um número que é considerado muito baixo se se fizer a relação entre o seu ordenado e o que faz em nome da coroa.O facto de ser mãe de três filhos ainda muito pequenos abona a seu favor, mas também não nos podemos esquecer que a duquesa tem uma equipa de vários funcionários que se ocupa permanentemente das crianças. Se recuarmos no tempo, Kate volta a ser a menos produtiva, mesmo nos anos em que não houve confinamentos, em que não esteve grávida ou em licença de maternidade.
Ainda assim, aquilo que recebe do Sovereign Grant, um dos fundos de rendimentos dado pelo Governo e que provém dos lucros gerados por propriedades da Coroa britânica, não é nada pouco. Pode dizer-se que os duques de Cambridge são os que recebem a fatia mais generosa. Muito mais que a princesa Ana. Dizem os especialistas que Kate e William são a esperança da monarquia britânica. Ou eles conseguem convencer o povo de que a coroa é uma coisa boa para a sociedade, ou poderão estar a hipotecar o futuro e a continuação da família real no país. O Palácio de Buckingham precisa desesperadamente dos duques de Cambridge, mas estes têm de corresponder às expectativas que geraram. Ambos têm de ser mais presentes, interventivos e, sobretudo, justificarem aquilo que recebem dos contribuintes.