
A campanha presidencial nos Estados Unidos da América joga-se tanto dentro do programa eleitoral como fora dele, onde tem lugar uma espécie de batalha campal para expor o maior número de escândalos possíveis de parte a parte. O ideal é que envolva aspetos bem privados da vida dos candidatos e quanto maior for o cheiro a podre, melhor.
Não foi, por isso, grande surpresa que a poucos dias da grande decisão, a 5 de novembro, tenha estoirado uma nova 'bomba' a envolver o nome de Donald Trump (afinal, estas são esperadas de parte a parte).
As revelações surgiram pela voz de Michael Wolff, jornalista e autor de livros sobre os segredos do primeiro mandato do antigo presidente dos Estados Unidos, e não são nada brandas. Ora, o profissional diz ter em sua posse áudios que demonstram qual era a profundidade da ligação entre Trump e o pedófilo Jeffrey Epstein - acusado de tráfico de menores, exploração e abuso sexual, e que se matou na cadeia antes que pudesse haver uma sentença sobre o caso que envolve ilustres de todo o Mundo. De acordo com Wolff, os áudios são do próprio Epstein e terão sido gravadas em 2017, altura em que o jornalista e o magnata exploravam a hipótese de este escrever a sua biografia.
As referências a Trump nas conversas perfazem um total de 100 horas e mostram que os dois eram mais do que meros conhecidos - como o político já tentou fazer ver - eram íntimos. Nas conversas com o jornalista, Jeffrey Epstein mostra falar com conhecimento de causa: descreve ao detalhe o que pensava Trump sobre cada uma das pessoas que trabalhavam consigo, os luxos e os segredos da Casa Branca e descreve que, no seu modus operandi de trablho, o candidato à presidência dos EUA contra Kamala Harris era fã do estilo "dividir para reinar".
"Provoca conflitos internos, coloca as pessoas umas contra as outras e depois vai intensificando esses focos de tensão", diz, nomeando casos concretos, mostrando um conhecimento privilegiado sustentada pela amizade que dizia manter com Trump, à qual chamava de "relação muito estreita".
No passado, e vendo o seu nome cada vez mais associado a Epstein, Donald Trump apressou-se a demarcar-se das polémicas. Admitiu conhecer o pedófilo, mas diz que nunca gostou particularmente dele.
Confontado com estas acusações, a secretária-geral da campanha desvalorizou o assunto. "Michael Wolff é um escritor desacreditado que inventa mentiras para vender livros de ficção, o que reflete a sua falta de princípios éticos e morais. Esperou até os últimos dias antes da eleição para divulgar calúnias, a fim de favorecer Kamala Harris. É um jornalista fracassado que recorre à mentira para chamar a atenção", afirmou Karoline Leavitt.
AS FOTOS NAS MÃOS DO FBI
Nas revelações sobre a ligação entre Trump e Epstein, Wolf garante que o que os uniu foi o facto de serem "dois homens impulsionados pelo desejo de fazer o que quisessem com as mulheres, com base no domínio e submissão". "A diferença é que um acabou na prisão e outro na Casa Branca".
O jornalista afirmou ainda que que o FBI tem em suas mãos fotografias que datam do final dos anos 90 em que Donald Trump aparece na mansão de Epstein em Palm Beach - onde se veio a provar terem decorrido a maioria das festas envolvendo menores e várias figuras influentes da sociedade americana.
Nas imagens, o candidato à presidência dos EUA, de 78 anos, aparece rodeado de uma série de jovens em topless. "Em algumas das fotos, estão no colo dele. Lembro-me de uma em particular em que se vê que Trump tem uma mancha esbranquiçada nas calças, enquanto as raparigas apontam e riem-se."
Antes de negar a sua ligação ao pedófilo, Trump e Epstein coincidiram em vários eventos sociais entre a Flórida e Nova Iorque, inclusivamente numa festa dada pelo político na sua casa de Mar-a-Lago. Em 2000, o magnata voltou a ser visita de casa de Trump e há registo de uma foto dos dois, sorridentes, acompanhados pelas respetivas mulheres.
Numa entrevista à 'New York Magazine', em 2002, o político chegou mesmo a referir-se ao amigo como um "tipo estupendo" e até assinalou a sua preferência por mulheres mais jovens.
Mais recentemente, recorde-se, a modelo Stacey Williams também reforçou que essa ligação era uma realidade, ao garantir que esteve com os dois em casa de Donald Trump, sendo envovlida, sem querer, naquilo que chamou "de jogo distorcido" entre Trump e Epstein. Na mesma ocasião, garante ter sido abusada pelo candidato à presidência dos EUA. "Pôs as mãos no meu peito, na cintura, nas nádegas", fez saber.
A dias das eleições, as revelações continuam a subir de tom.