
Tremiam-lhe os joelhos quando foi apresentada à rainha Isabel II. Nunca se tinha visto em tamanho "aperto" protocolar. Os seus conhecimentos acerca da etiqueta real não eram assim tão vastos para que se sentisse minimamente confortável. Além de ser avó do homem por quem se tinha apaixonada, Kate Middleton estava diante da mulher mais poderosa do Reino Unido. A carismática e respeitada monarca. Este primeiro encontro aconteceu no casamento de Peter Phillips e Autumn Kelly, no dia 28 de maio de 2008, no Castelo de Windsor. A jovem namorada de William tinha sobre si todas as atenções e Isabel II, embora discreta, quis saber tudo sobre a plebeia que tinha conquistado o coração do neto. E não um neto qualquer, logo o herdeiro do trono de Inglaterra.
Foi um encontro que marcou para sempre a filha de Carole e Michael Middleton, um casal de classe média que fez fortuna a vender artigos para festas infantis e a organizar eventos para crianças. Já Isabel II não ficou impressionada nem "convencida" de que Kate fosse a mulher certa para o neto. As suas origens plebeias a par das inseguranças demonstradas naquele primeiro encontro não deixaram a rainha "entusiasmada" com a namorada de William. Mas também não ocupou muito do seu tempo a pensar nela nem deu muita importância ao assunto, pois acreditou que seria apenas e só um amor de juventude. O príncipe ainda era muito jovem e teria outros amores e, certamente, que o seu caminho se cruzaria com o alguém do seu nível e estatuto. Este foi o pensamento da monarca.
Só que Isabel II enganou-se. William e Kate nunca mais se largaram, à exceção de um curto período de tempo em que romperam o namoro por culpa de Camilla Parker-Bowles, como veio a ser revelado há muito pouco tempo pela imprensa britânica. Anunciaram o noivado no dia 16 de novembro de 2010 e casaram cinco meses depois, a 29 de abril de 2011. Consciente de que nas suas veias não corria [e continua a não correr] sangue azul e de quanto isso era importante para os Windsor, Kate Middleton sabia que o seu caminho não seria fácil. Tal como não seria fácil conquistar a rainha, tê-la do seu lado, fazer dela sua aliada. Só que a jovem mostrou-se determinada a desempenhar o que lhe era exigido da melhor forma que pudesse.
O LONGO E DIFÍCIL CAMINHO ATÉ À ACEITAÇÃO
Embora sem ter "convencido" Isabel II e mesmo não pertencendo à realeza, Kate Middleton acabou por não enfrentar uma grande oposição por parte dos Windsor. E quando falamos nos Windsor falamos do então príncipe Carlos e, sobretudo, da rainha, pois era a monarca que tinha a última palavra sobre o namoro. Cabia também ela o papel de dar o seu aval para que o casamento se concretizasse. Diz que a monarca aceitou a namorada do neto devido a duas questões fundamentais. A primeira é que Isabel II não quis cometer com William o erro que fez com Carlos, ou seja, obrigando-o a casar com uma mulher que não amava. A monarca havia aprendido a lição da pior maneira e não estava disposta a repetir a mesma falha. A outra razão, foi o facto de Kate se revelar uma jovem disposta a fazer os sacrifícios que lhe eram exigidos para se tornar na noiva perfeita. Nunca se recusou a nada e demonstrava um grande interesse em aprender todas as regras do protocolo e da etiqueta real. Nunca se queixou! Pelo contrário, acatou tudo com um largo sorriso no rosto e ouviu todos os conselhos que lhe eram dados.
O seu grande exemplo foi mesmo a figura da rainha. Sempre que lhe era permitido privar de perto com a avó do namorado, Kate observava atentamente cada gesto, cada palavra e absorvia todos os ensinamentos que a monarca se predispunha a passar-lhe. O jornal ‘The Times’ apelidou a jovem de "a observadora silenciosa" explicando que a então namorada de William e depois já mulher do príncipe se deixou inspirar pela rainha e que a vê como exemplo para quando assumir o seu lugar de rainha consorte. Uma fonte disse à referida publicação que a princesa de Gales "sempre observou cada movimento de Isabel II e que absorveu todas as suas táticas". Quer isto dizer que hoje, Kate Middletton sabe bem como se comportar perante qualquer chefe de Estado. Que sabe agir quando abordada pela imprensa. Que sabe como tratar cada funcionário do palácio. Que tem a perfeita noção de qual é a melhor forma de chegar ao coração do povo. Que se sente à vontade de falar em público por mais importante que o evento seja e independentemente de quem a estiver a ouvir. Bastou-lhe estar atenta ao que Isabel II dizia e como se comportava nas mais diversas ocasiões. ISABEL II: EXEMPLO E INSPIRAÇÃO
"Ela será por muito tempo a mulher do herdeiro do trono e depois do rei de Inglaterra. Portanto, terá tentado perceber com quem poderia aprender e quem seria o melhor exemplo a seguir. Foi assim que passou a observar atentamente a rainha", disse a mesma fonte ao ‘The Times’.
A este propósito, Victoria Murphy, antiga jornalista do ‘The Mirror’, diz que Kate e Isabel II construíram uma relação próxima baseada no respeito e na admiração mútua. Isto só foi possível por ambas terem "feitios muito parecidos". "Sempre percebi que em termos de personalidade ela tinha muito em comum com a rainha; ela não é extrovertida, mas é muito segura de si; tem uma grande paixão pela natureza e tem a capacidade de se adaptar bem a qualquer situação", disse a jornalista ao ‘Yahoo UK’ acrescentando ainda: "Kate é mais uma jogadora de equipa do que uma líder e ouve mais do que fala. Qualidades essenciais para as funções que desempenha no presente e que desempenhará no futuro", elogiou.
A MAIS REAL DA REALEZA
Isabel II ainda teve tempo para perceber que se tinha enganado em relação à mulher que tinha conquistado o coração de William. Passou a confiar muito em Kate. Reconhecia-lhe capacidades e qualidades essenciais para um dia ser a rainha consorte. Por isso, começou a dar-lhe protagonismo e transferiu várias tarefas para a duquesa de Cambridge. Hoje, Kate – já princesa de Gales – tem uma agenda muito preenchida que não se compadece com o facto de ter filhos ainda pequenos, George, Charlotte e Louis.
Como se vê, a jovem plebeia conseguiu, ao longo destes anos, construir-se como a mulher perfeita para um dia, quando William subir ao trono, se tornar rainha. Mais perfeita ainda que a sogra, a malograda princesa Diana, pois esta acabou por falhar nos seus propósitos de ter um casamento feliz ao lado de Carlos. Claro, que neste caso havia uma Camilla Parker Bowles a interpor-se entre o casal. Um problema que Kate Middleton, apesar dos rumores, nunca teve de enfrentar, pois William é um marido apaixonado e dedicado.