
José Castelo Branco está em guerra judicial com a ainda mulher Betty Grafstein, de 95 anos de idade, e com o filho da joalheira norte-americana, Roger Basile. Para além da acusação de violência doméstica está em causa o divórcio e a respetiva divisão de bens, para além de outras polémicas como a dívida de 54 mil euros ao hospital CUF Cascais, referente ao internamento de mês e meio, resultado das alegadas agressões do socialite português a Betty.
E nesta disputa, José Castelo Branco vem agora a público acusar o advogado de Betty Grafstein de ser um antigo espião com ligações ao Kremlin e posições pró-Putin. "Quando fui detido, tive um advogado a oferecer-se de borla, pró-bono, cujo nome é Alexandre Guerreiro. Agora, vim a descobrir que o sr. Alexandre Guerreiro é pró-Putin, que considera que a Ucrânia deve pertencer à Rússia. Imaginem, ele adora ditadores e é um ex-espião", aponta o antigo marchand d'art.
De acordo com José Castelo Branco, depois de ter oferecido os seus serviços ao socialite, Alexandre Guerreiro acabou por ficar na equipa de advogados que agora defende Betty Grafstein, sendo ele o rosto da defesa de Betty nas entrevistas à televisão. "Vim a descobrir que o advogado da Betty, e especialmente do Roger, chama-se Alexandre Guerreiro, (...) um ex-espião, e foi ele, que é pró-Putin, que disse que, por direito, a Ucrânia devia pertencer à Rússia. Imaginem, ele ofereceu-se para ser meu advogado", comenta ainda Castelo Branco.
ALEXANDRE GUERREIRO, O ANALISTA GEOPOLÍTICO QUE TRABALHOU NAS 'SECRETAS'
Quem é, afinal, Alexandre Guerreiro? O lado mais mediático foi a passagem pela SIC Notícias como comentador, nos primeiros meses de 2022, após a invasão da Ucrânia pelas forças militares russas de Putin. Os comentários de Alexandre Guerreiro causaram polémica, precisamente por serem considerados pró-russos, com o comentador a ficar afastado do painel de analistas geopolíticos do canal de notícias da SIC.
Segundo um artigo do jornal 'Expresso' de março de 2022, Alexandre Guerreiro é um "ex-espião, especialista em Direito Internacional e comentador televisivo alinhado com as posições da Rússia". À época, era funcionário do Estado, pertencente aos quadros da Presidência do Conselho de Ministros (PCM) desde 2015, a trabalhar na equipa da JurisApp, o Centro de Competências Jurídicas do Estado.
Guerreiro negou ser um agente de influência da Rússia ou sequer pró-russo, no entanto, e de acordo com o jornal, dez dias antes da invasão da Ucrânia, "participou numa conferência na MGIMO, uma das mais prestigiadas universidades russas, de onde terá saído um relatório para o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov".
Ainda segundo o 'Expresso', o antigo analista do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) foi exonerado da secreta em junho de 2015 e transferido para a Presidência do Conselho de Ministros, por um despacho assinado por Pedro Passos Coelho, então primeiro-ministro, e Maria Luís Albuquerque, ministra das Finanças.
O mesmo artigo do semanário, refere igualmente que "Alexandre Guerreiro foi ainda candidato autárquico na Caparica pela CDU, militante do CDS e do PAN, rejeitado pela IL e convidado pelo PSD". A André Ventura reconhece "mérito".