Os acontecimentos ainda estão bem frescos na memória de Di Maria. Estávamos a 14 de março de 2021 quando a equipa técnica do Paris Saint Germain foi informada daquilo que se estava a passar a não muita distância do Parque dos Príncipes, na casa do craque argentino. Enquanto o jogador estava em campo, alheio a tudo o que se estava a acontecer, a família era alvo de um assalto violento na sua casa de Paris. Sequestradas por momentos, a mulher e as duas filhas pequenas viviam momentos de puro terror, enquanto os ladrões abriam o cofre da família, levando perto de meio milhão de euros entre joias e artigos de valor.
Ao minuto 62 do jogo frente ao Nantes, o treinador ordenou a substituição do agora jogador do Benfica e, sem que houvesse uma forma fácil de o fazer, contou-lhe o drama por que a família estava a passar. Di Maria saiu do estádio lavado em lágrimas e voou para junto da família, que naquele dia sofria um dos piores lados do mediatismo planetário de Di Maria.
O caso não era propriamente uma novidade para a família, mas em 2021 e seis anos depois do que já haviam passado em Inglaterra, Angel Di Maria e a mulher, Jorgelina Cardoso, acreditavam que o azar não lhes voltaria a bater à porta. Na altura, moravam numa luxuosa moradia em Manchester, com piscina, jacuzzi e todas as mordomias de que não abdicavam. Era um domingo normal, sem jogos, e o futebolista e a mulher jantavam tranquilamente com a filha de um ano ao lado quando foram surpreendidos pelos assaltantes. O alarme disparou, mas quando a polícia chegou já não havia sinal dos ladrões, que roubaram o que quiseram. Na altura, o casal ficou tão traumatizado que não conseguiu voltar a pernoitar na vivenda, tendo tido de mudar de casa.
Foram duas situações marcantes na vida de Di Maria e da família que, ainda assim, depois do segundo susto, publicou uma fotografia ao lado da mulher e das filhas, afirmando que nada lhes roubaria o sorriso. Juntos há cerca de 12 anos, os dois têm estado sempre lado nos momentos mais felizes, mas também nos momentos dramáticos em que a sua segurança foi posta em causa.
Foi, por isso, com grande felicidade que o casal aceitou regressar a Lisboa, uma cidade, onde sempre se sentiram tão seguros, com a decisão de poder criar as filhas em segurança apesar na altura de o futebolista assinar pelo Benfica. E tudo estaria bem até as novas ameaças roubarem o fôlego à família de Di Maria.
"VAMOS MATAR UM MEMBRO DA FAMÍLIA"
Angel Di Maria está na Argentina para alinhar pela Seleção e foi durante o regresso ao seu país natal que o pior voltou a acontecer. De acordo com a polícia local, um grupo passou, num carro cinzento, junto ao clube de campo onde o craque costuma pernoitar em Miraflores e atirou uma meia preta com uma placa no seu interior em que se lia "Família de Di Maria". Havia ainda um bilhete que continha ameaças de morte dirigidas ao jogador.
“Diga ao seu filho para não voltar a Rosario, porque senão vamos matar um membro da família. Nem mesmo Pullaro [Maximiliano Pullaro, governador de Santa Fe] vai salvar-te. Disparamos chumbo e as pessoas acabam mortas", podia ler-se, numa mensagem que surgia na sequência das notícias que davam conta de que o jogador do Benfica poderia assinar pelo Rosario.
Ainda com o futuro em aberto, pesa agora na consciência do futebolista uma decisão que pode impactar no bem-estar das filhas: permanecer em Portugal, no conforto seguro de Lisboa, ou regressar à Argentina, onde a situação instável é uma promessa de turbulência para a família.
