Não há um ano igual ao outro, os dias não se repetem, as horas são sempre diferentes mas, tal como as quatro estações, há aqueles acontecimentos que já sabemos que vão estar em qualquer anuário (aqui adaptado ao 'mundo cor-de-rosa'): novos casais, festas de casamento lindas, divórcios aflitivos, casos de polícia e, claro, os grandes escândalos que fazem com que durante dias não se fale de outra coisa, em alguns casos o estar no sítio errado à hora errada, noutros o horror de anos de má conduta expostos para o mundo ver. Sem que haja uma ordem concreta que nos diga: este escândalo é maior do que aquele, deixamos alguns acontecimentos que, de uma forma ou de outra, fizeram tremer o star system.
1. O VÍDEO DO CEO DA ASTRONOMER NOS COLDPLAY
Não fosse a reação exacerbada da mulher no vídeo que, ao ser apanhada pela famosa 'kisscam' no concerto dos Coldplay, se escondeu, como que apanhada em flagrante delito, e o caso provavelmente teria ficado entre os diretamente envolvidos, mas o vídeo correu o mundo. Primeiro, era apenas um casal que teria sido apanhado num affair, as legendas mais criativas tomavam conta da Internet, mas rapidamente se percebeu que era algo 'maior'. A mulher que escondia o rosto nas imagens era a diretora de recursos humanos da Astronomer e o homem que depois lhe seguia os passos o seu patrão, o CEO da empresa. Nos meses seguintes, os nomes de Kristin Cabot e Byron não saíram do panorama mediático. Demitiram-se, deram início aos respetivos processos de divórcio e a sua vida complicou-se. No final do ano, Cabot quebraria o silêncio sobre o escândalo. "As pessoas chamaram-me interesseira, disseram que estava a dormir com o patrão para chegar ao topo. Nada mais falso. Sacrifiquei muito para chegar onde cheguei. Haverá gente a dizer que esta história é antiga, mas para mim, e para os meus filhos, ela ainda não acabou. O assédio não acabou”, disse, lamentando que ninguém diretamente ligado aos Coldplay tenha entrado em contacto consigo depois de todo o transtorno que o vídeo causou.
2. OS PODEROSOS ENVOLVIDOS NO ESCÂNDALO SEXUAL EPSTEIN
É talvez da América que nos chegam os principais escândalos, sendo que aquele que envolve o pedófilo Jeffrey Epstein - que se suicidou na prisão - é dos que continuam a ter mais repercussões, ainda não sendo claro quem são os nomes envolvidos no caso, quantas vidas terão sido destruídas pelos abusos e qual a dimensão de toda a rede criada pelo magnata. Certo é que continuam a vir a lume detalhes dos abusos sexuais na mansão de Epstein, que durante anos, contratou dezenas de mulheres, muitas delas menores, para 'serviços de massagem' que se traduziam em atos sexuais, abusos, num escândalo investigado e que envolve dezenas e dezenas de nomes influentes. Não se sabe ao certo qual era o papel destes na rede de Epstein, mas as fotografias continuam a vir a público, mostrando Epstein em festas com Trump, Bill Clinton na sauna do milionário e até Michael Jackson, Diana Ross ou o Príncipe André, de Inglaterra, que por força do envolvimento no escândalo viu a família real britânica tomar medidas severas, cortando com todos os apoios, perdendo inclusivamente a sua casa.
Nas imagens libertadas, não há propriamente legendas de contexto, o que para muitos dá aso a uma especulação sem fim, mas uma coisa é certa: a América e o mundo quer respostas e o fim da sensação de impunidade para alguns nomes considerados todos-poderosos.
3. P DIDDY E A REDE DE PROSTITUIÇÃO
Ainda nos Estados Unidos, é impossível que 2025 não nos remeta para P Diddy, que horrorizou o mundo com os relatos em tribunal no âmbito do processo em que o rapper – anteriormente conhecido como Puff Daddy, produtor e vencedor de vários Grammy – foi acusado agredir, drogar, violar, traficar, intimidar e subornar dezenas de pessoas ligadas ao meio da música durante anos a fio.
No final do julgamento, o rapper e empresário foi considerado culpado de dois crimes de transporte para fins de prostituição e declarado inocente das acusações de conspiração para associação criminosa e de tráfico sexual. Os procuradores pediam uma pena até 15 anos de prisão, mas esta condenação tem pena máxima de dez anos de prisão efetiva.
Os procuradores defenderam que Combs coagia mulheres a participar nas suas festas sexuais onde eram cometidos atos abusivos envolvendo profissionais do mundo da prostituição que eram por si contratados. Garantia que essas mesmas mulheres consumiam drogas como cocaína e manipulava-as ameaçando as suas carreiras ou através de chantagem com recurso a violência, que podia incluir sequestro, incêndio criminoso e espancamentos. Nas alegações finais a procuradora-assistente Christy Slavik reforçou que o cantor "é o líder de uma organização criminosa": "Ele não aceita um não como resposta".
4. A "TRAIÇÃO" NO TELEMÓVEL A LILIANA FILIPA
Se é certo que no melhor pano cai a nódoa e que as redes sociais só mostram o que está à tona - e por norma o que é feliz - o que fica por mostrar conheceu a luz do dia através de um vídeo polémico em que Daniel Gregório aparece a trair a noiva, Liliana Filipa, com uma desconhecida numa discoteca no Algarve. Perante as evidências, o ex-concorrente da 'Casa dos Segredos' ainda tentou dizer que era o ângulo que induzia em erro, mas Liliana não foi na conversa e não teve dúvidas na hora de acabar com tudo, começando uma nova vida. Durante os meses seguintes, fizeram-se apostas de que ela o perdoaria e o aceitaria de braços abertos, mas para já a certeza é que está cada um para seu lado, com o escândalo a ter repercussão direta na vida de todos os envolvidos.
5. AS DERRADEIRAS CONFISSÕES DE JUAN CARLOS
Toda a vida se especulou que a relação entre Juan Carlos e Letizia não era salutar, mas como nenhum dos intervenientes o admitia publicamente, sempre houve espaço para que se dissesse que tudo não passava de uma enorme especulação, até agora, quando o rei emérito decidiu clarificar tudo, num polémico livro de memórias que agitou Espanha. Chama-se 'Reconcilição', mas não se pode dizer que tenha trazido grande paz à família real espanhola.
Sobre a nora, Juan Carlos admite que sempre teve um ascendente forte na vida de Felipe e que as mudanças começaram logo no início da relação, com este a afastar-se "não só dos pais e das próprias irmãs" como também de alguns amigos de infância. No entanto, admite que apesar de se ter apercebido disso desde muito cedo, nunca tentou interferir nas escolhas do filho. “[Felipe] tinha trinta e quatro anos e sabia o que queria. Assim como com as minhas filhas, que se casaram com os homens que amavam. Nunca tentei influenciá-las ou fazer de cupido. E se tentei, foi em vão”, pode ler-se no livro.
A maior dor, afirma agora Juan Carlos, prende-se com o facto de a má relação com Letizia ter interferido na convivência com as netas, Sofia e Leonor, que o rei emérito afiança que, apesar de afetuosa, nunca foi cúmplice, à semelhança do que acontecia com os seus outros netos. “Elas são muito elegantes e afetuosas, mas entristecia-me não poder estabelecer um relacionamento mais pessoal com elas, contar histórias, partilhar refeições em restaurantes, viajar com elas, levá-las a assistir a jogos, como fazia com os meus outros netos. A minha mulher nunca pôde recebê-las sozinha em Palma, como costuma fazer com todos os seus primos. Ela via as netas ocasionalmente, mas adoraria tê-las visto com mais frequência, especialmente porque moram a apenas cem metros de distância. Queria transmitir-lhes a nossa genealogia, história e valores familiares. E alguns conselhos de uma ex-rainha com um histórico impecável para uma futura rainha."
As revelações vieram adensar a sectarização no seio da família real espanhola, que se divide em dois e deixa os reis cada vez mais sós: de um lado estão Felipe e Letizia, sozinhos, do outro as irmãs, que tomam o partido de Juan Carlos na guerra, e talvez a meio a rainha Sofia, que tenta não ser atingida por respingos da polémica.
6. OLÉ! O ANO "MATARDOR" DE CAYETANO RIVERA APÓS A SEPARAÇÃO
Para Cayetano Rivera 2025 não ficará certamente marcado pelas melhores memórias. Tudo começou com a separação de Maria Cerqueira Gomes ao fim de dois anos de namoro e não se sabe se o que se seguiu foi causa-efeito ou merca casualidade do destino, mas a verdade é que a sequência de acontecimentos não foi propriamente feliz. Tudo começou em junho, quando o toureiro foi detido em Madrid depois de uma altercação num restaurante. “Colocaram-no no carro-patrulha com as mãos algemadas. Uma vez lá dentro, deixaram-no sem cinto de segurança. Quando protestou, dizendo que não ia andar sem cinto de segurança, alegaram que o carro não tinha cinto de segurança porque estava avariado. Mais tarde, levaram-no ao hospital para um relatório médico, pois no momento em que o atiraram para o chão, foi agredido", contou-se na altura. Seria o primeiro de dois episódios do género (no segundo despistou-se contra uma rotunda com álcool no sangue) que mostram que Rivera não está no seu melhor. Ele tenta desvalorizar as polémicas, mas a verdade é que depois de Maria a instabilidade tem sido uma constante.
