
Até começou no desporto, mas foi como empresário que Nasser Al-Khelaifi chegou à fama. Filho de uma família de pescadores de pérolas em Doha e antigo tenista, sem grande sucesso a nível internacional, viu-lhe serem abertas muitas portas quando, enquanto adolescente, treinava nos 'courts' com o filho do emir do Qatar, na altura herdeiro ao trono.
Encontrou na Qatar Sports Investment um elevador para as elites em 2011: depois da aquisição, no mesmo ano, por parte da QSI do clube de futebol francês Paris Saint-Germain, Nasser tornou-se na pessoa mais poderosa do futebol gaulês e uma das mais poderosas do futebol mundial, assim como num dos homens mais ricos à escala global.
Chegou ao desporto numa altura em que o impacto do Qatar no mesmo tem crescido a olhos vistos, levando a que seja mesmo acusado de 'sportswashing', isto é, utilização do desporto para 'limpar' a fama do país, frequentemente acusado de desrespeito aos direitos humanos - nomeadamente ao nível da homofobia, ser homossexual no Qatar é ainda ilegal e acarreta uma pena de até 7 anos de prisão - e de não ter eleições livres e justas, com liberdades limitadas a nível político, assim como da imprensa.
O poderio do Qatar ficou conhecido de todos quando conseguiu o estatuto de país organizador do Mundial de 2022, numa escolha altamente controversa e que já causou milhares de mortes durante a construção dos estádios, e o Qatar foi ou é também o organizador de competições de peso em andebol, atletismo e Moto GP. Adicionalmente, a federação de futebol já conseguiu incluir a seleção no lote de convidados das duas competições de seleções do continente americano.
Mas, voltando a Nasser e ao PSG: a contratação daquele que para muitos é o melhor jogador da história, Lionel Messi, neste verão, é apenas o passo final de um projeto que já levou a Paris alguns dos maiores craques do desporto-rei, como David Beckham, em 2013, Neymar, em 2017 – a transferência do brasileiro, por mais de 200 milhões de euros, é ainda a mais cara de sempre - ou Sergio Ramos, já em 2021. Fora do futebol, é ainda diretor da cadeia televisiva catari BeIN e da Federação de Ténis do Qatar.
A SIGILOSA VIDA PRIVADA... O grande mistério do empresário de 47 anos é, contudo, a sua vida privada
O que é certo é que Nasser veio para ficar e, independentemente das polémicas (já foi acusado por várias ocasiões de corrupção entre 2017 e os dias de hoje), tornou-se numa figura incontornável para já do desporto e da sociedade francesa, mas talvez não se fique por aqui.
É que um novo trunfo pode estar a caminho do PSG. O nome de Cristiano Ronaldo não para de ser falado na imprensa desportiva. Mal Messi tinha assinado já a imprensa espanhola voltava a dar o português como "a caminho" do novo clube galatico. Aguardam-se, assim, cenas dos próximos capítulos.