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SIC lança penhora, mas os milhões de Cristina Ferreira estão a salvo. Os meandros de uma "guerra suja" que vai muito além dos tribunais

Estrela lamenta ataques ao seu carácter e garante que não alimentará um julgamento público. É a continuação de uma guerra fria que pôs fim à amizade com Daniel Oliveira e qualquer ligação com a família Balsemão e que começou quando "puxaram o tapete" a Cristina Ferreira.
Rute Lourenço
Rute Lourenço
19 de novembro de 2024 às 19:57
Cristina Ferreira
Cristina Ferreira

Foi em 2020, passaram-se mais de quatro anos, mas a saída de Cristina Ferreira da SIC para regressar à TVI originaria uma guerra de bastidores entre as partes que tão cedo parece não conhecer um fim. Depois de, na Primeira Instância, Cristina Ferreira ter visto a sua empresa, Amor Ponto, condenada ao pagamento de uma indemnização à SIC pela quebra abrupta do contrato, a apresentadora recorreu da decisão judicial e aguarda por um novo desfecho do caso.

Foi por isso com alguma surpresa que  a estrela viu o pedido de penhora, por parte da sua antiga estação, de um valor de 4,7 milhões de euros, correspondentes à condenação em tribunal, e que neste momento se encontra em recurso, com a edição desta terça-feira, 19 de novembro, do Correio da Manhã a dar conta de que o Tribunal de Sintra tinha decidido "penhorar os bens da Amor Ponto Lda, sociedade detida por Cristina Ferreira e pelo pai, António, através da qual a apresentadora celebra contratos televisivos."

Em direto, no seu programa das manhãs, a estrela nada disse sobre o assunto, e a reação só chegaria ao final da tarde como uma ressalva de que não tinha sido o Tribunal de Sintra o executante da dívida, mas sim a própria SIC, num pedido pouco usual no nosso país, e que visa garantir que, face à condenação inicial, o réu não se excusa às suas responsabilidades, e que funciona na prática como uma garantia bancária.

Uma afronta para a apresentadora, que sempre garantiu que iria pagar a dívida, ainda que não concordasse com os 20 milhões exigidos pela estação (a condenação em primeira instância situou-se em 3,3 milhões, mais juros). Esta tarde, Cristina acabaria por reagir à penhora lançada pela sua antiga casa televisiva para clarificar alguns pontos através de um comunicado, em que deixa no ar alguma mágoa pela forma como esta guerra tem decorrido não apenas na barra dos tribunal, mas principalmente fora deles. 

"Continuarei a assumir todas as responsabilidades, com honestidade, como sempre fiz, e pela minha própria voz, o processo é do domínio da justiça e apenas pela justiça deverá ser julgado. Não contribuirei de forma alguma para precipitar ou alimentar um julgamento público que, para mim, é privado", disse, reforçando que a penhora foi uma iniciativa da SIC e não do Tribunal de Sintra, e não sendo dirigida a si a título pessoal, mas sim à empresa Amor Ponto.

"Foi a SIC que executou a sentença de 1ª instância. Apesar de a mesma ainda estar pendente de recurso e, por isso, poder vir a ser revertida. Trata-se de uma iniciativa da SIC, apenas desta e não do tribunal, dirigida à sociedade Amor Ponto."

Esta é uma das empresas que gere a representação televisiva de Cristina Ferreira, e que é apenas uma gota no oceano patrimonial da apresentadora, que recebe proventos não só da sua carreira televisiva, mas também dos muitos negócios que gere em paralelo, e que estão a salvo desta penhora, que tem um valor total de 4,7 milhões de euros, e que será levantada em breve, depois de a apresentadora libertar o valor da garantia bancária. 

No seu comunicado, a estrela da TVI lamentou que a guerra travada vise colocar em causa valores que considera fundamentais. "Está em causa o meu carácter e nunca me poderão acusar de faltar aos meus compromissos."

A "GUERRA SUJA" FORA DOS TRIBUNAIS

A saída de Cristina Ferreira da SIC foi encarada na estação de Paço de Arcos como uma traição da apresentadora e desde então nunca mais foi possível uma relação cordial ou sequer profissional entre as partes. A amizade com Daniel Oliviera ruiu de imediato e também quaisquer laços que pudesse haver com a família Balsemão.

Fontes próximas do processo garantem que, desde então, a apresentadora tem sido vítima de uma "guerra suja e fria" em que "sistematicamente a sua integridade é posta em causa". "A Cristina está, na verdade, muito tranquila. Desde o início disse que, sim,  quebrou um contrato e, como tal, teria de ressarcir a outra parte. A única coisa aqui, e daí o recurso, é chegar a um valor que se considere justo, que está longe de ser aquele que a SIC pede", diz uma fonte ouvida pela nossa publicação, acrescentando que a apresentadora "não verga" e não "alimentará bate bocas", apesar de tudo aquilo que poderia ter para dizer.

Isto porque os dois anos que passou na SIC estão longe de se afigurar como gloriosos no seu currículo. Apesar de feliz por alguns dos projetos que lá desenvolveu, Cristina nunca se sentiu integrada na chamada 'família SIC', onde inicialmente lhe foi estendido uma espécie de tapete vermelho para logo de seguida este ser puxado. "Tudo poderia ter sido diferente, mas a Cristina nunca foi acolhida pelos seus pares", diz uma outra fonte, adiantando que a apresentadora se deparou com uma estrutura "mais conservadora e patriarcal" onde a sua palavra enquanto consultora - funções para as quais tinha sido contratada - nunca foi tida em conta. "Nunca houve essa porta aberta, e é uma pena, porque tudo poderia ter sido diferente."

Ao não se sentir realizada e acolhida com a mudança profissional, o convite para regressar à TVI acabaria por ganhar um novo sentido para Cristina, que acabou por ser alvo de críticas, acusada de se mover apenas por interesses financeiros, ainda que, de acordo com a fonte ouvida pela nossa publicação, no fundo, nada nunca tenha estado relacionado com dinheiro. "Quem conhece a Cristina, sabe que ela é uma pessoa extremamente íntegra e isto nunca foi uma questão de dinheiro. Foi uma questão de bem-estar. Se ela se tivesse sentido em casa na SIC, as coisas teriam sido muito diferentes, porque ela veste a camisola do sítio para o qual trabalha."

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