
A princesa do Dubai Sheikha Latifa está desaparecida desde o passado dia 4 de Março, quando contactou a ONG britânica Detained in Dubai a pedir ajuda. A filha do emir do Dubai e vice-presidente e primeiro-ministro dos Emirados Árabes Unidos, Sheikh Mohammed bin Rashid Al. Maktoum, mandou primeiro uma mensagem a pedir ajuda, seguida de um telefonema em que parecia em pânico. Aquilo que seria um plano de fuga tornou-se num desaparecimento, até ao momento.
"Por favor, ajudem-me. Há homens lá fora. Estou a ouvir tiros e estou escondida com a minha amiga", disse a jovem de 33 anos ao telefone, segundo o jornal espanhol ABC. Latifa não estaria sozinha: acredita-se que viajava na companhia de uma amiga chamada Tina, que será filandesa, e do antigo espião francês Jean Pierre Hervé Jaubert. Depois do telefonema, acabaram quaisquer contactos com os desaparecidos.
Segundo o mesmo jornal, este último contacto foi feito num barco registado nos EUA que se encontrava atracado a 50 milhas da costa da Índia. A identidade de Sheikha foi confirmada pela ONG e a sua história ganhou outra consistência com um vídeo gravado pela própria princesa recentemente.
No documento, publicado pelo Mail Online, Latifa explicava porque queria deixar os Emirados. "Este vídeo pode ajudar-me porque a única coisa que interessa ao meu pai é ele próprio. Ele é capaz de matar alguém apenas para manter a sua própria reputação", assegurou Sheikha, que pediu que o vídeo fosse difundido caso fosse morta ou desaparecesse.
A princesa garante que foi "presa, torturada, espancada e drogada" quando tentou fugir a primeira vez do país, tinha 16 anos, em 2002, depois da irmã fazer o mesmo. As jovens, que são duas dos 30 filhos do emir, não se queriam sujeitar às rígidas regras impostas às mulheres e não gostavam de não ter poder de decisão sobre a sua vida, fosse conduzir um automóvel ou regressar a casa à hora que lhes apetecesse. "Este vídeo pode ser o último [que faço]. Vou-me embora rapidamente e de qualquer maneira", assegurou no vídeo.
A advogada britânica Radha Stirling, fundadora da ONG, assegura que existe uma "enorme preocupação" com a segurança dos três desaparecidos. À Detained in Dubai, fontes dos serviços secretos indianos afirmaram que a rapariga estava viva e de volta aos Emirados. "Estamos a receber centenas de chamadas e emails com dados que nos podem ajudar nas buscas. Por favor, comuniquem qualquer informação que seja útil", disse a advogada, que pediu a colaboração de "advogados, organizações de direitos humanos, amigos e até familiares" para encontrar os três.