
A equipa jurídica do rei emérito propôs às Finanças de Espanha uma regularização de parte das alegadas dívidas fiscais de Juan Carlos, informou uma investigação do 'El País'. O 'La Semana' acrescenta que na base da negociação estará o desejo de Juan Carlos de regressar a Espanha antes do Natal.
Em causa estão cerca de 500 mil euros supostamente utilizados por Juan Carlos entre 2016 e 2018 através da conta de um amigo, um coronel da Força Aérea mexicana, Nicolas Murga Mendoza, para despesas de viagens, hotéis e restaurantes. A investigação da autoridade anti-corrupção começou recentemente, correndo por isso o risco de este valor ser maior.
Até ao momento, nem a Agência Tributária abriu um processo nem o Ministério Público apresentou queixa contra Juan Carlos, o que terá apressado a equipa jurídica do rei emérito para tentar chegar a um acordo. A lei espanhola estabelece que quem regularizar a sua situação tributária antes de uma acusação formal ficará isento de responsabilidade penal.
Se a proposta for aceite, Juan Carlos terá de pagar pelo menos 70% do rendimento em causa não declarado, neste caso cerca de 350 mil euros, além dos juros.
Ainda a polémica com Corinna
Mas esta não é a única investigação envolvendo o pai de Felipe VI. O rei emérito está ainda a braços com a justiça por causa de dos 100 milhões de dólares (65 milhões de euros na época) que recebeu em 2008 do rei da Arábia Saudita, Abdalá Bin Abdelaziz.
Trata-se da mesma quantia que Juan Carlos terá dado de "presente" a ex-amante Corinna Larsen e que nunca foi declarada ao fisco espanhol.
Deprimido nos Emirados Árabes UnidosUm amigo de Juan Carlos diz que ele tem recebido várias visitas no hotel onde está exilado em Abu Dhabi, e a todas elas se queixa de que "não quer morrer no exílio, e que teme que a doença o leve sem conseguir chegar a Espanha", noticiou o 'El Espanhol'. O mesmo amigo garantiu que o rei emérito se foi mais abaixo depois de receber a notícia da morte de Fernando Falcó, Marqués de Cubas. "Foi um choque de realidade, especialmente porque não lhe pôde dar o último adeus".
O pai de Felipe VI tem passado os dias a circular entre as diversas divisões do palácio onde está alojado, faz ginástica, fisioterapia, mas sai pouco.