
A polémica com os convidados do 'Você na TV' está instalada. Na guerra de audiências com a sua antiga parceira, Cristina Ferreira, Manuel Luís Goucha e a produção do programa da TVI convidaram recentemente duas figuras polémicas.
Primeiro Mário Machado, antigo líder da Frente Nacional e do movimento Hammerskins em Portugal – condenado a 4 anos e 3 meses de prisão pela morte de Alcino Monteiro –, e esta terça-feira veio mais um anúncio polémico. Goucha escreveu no Facebook que Alexandre Frota estaria no programa.
O ex-ator porno brasileiro foi eleito deputado federal pelo PSL de São Paulo, o mesmo partido de Jair Bolsonaro, em outubro, apoiando de forma aberta medidas de extrema-direita do atual presidente brasileiro. A presença de Frota no 'Você na TV' era esperada esta quarta-feira, 9, e o deputado chegou a mostrar nas redes sociais que estava a gravar uma entrevista para o programa. Mas as imagens não chegaram a ser emitidas e até ao momento não houve explicação.
A presença de Frota no 'Você na TV' era esperada esta quarta-feira, 9, e o deputado chegou a mostrar nas redes sociais que estava a gravar uma entrevista para o programa. Mas as imagens não chegaram a ser emitidas e até ao momento não houve explicação.
Mas no Facebook os seguidores de Goucha são claros: "Permitam-me a recomendação de mudança de nome do programa para 'Você no Fascismo'", lê-se num comentário. "Alexandre Frota é um membro da extrema-direita no Brasil, ameaça fisicamente os seus adversários, foi condenado por difamação e homofobia e é um violador confesso. A TVI e M.L Goucha darão palco ao discurso de ódio, uma vez mais", diz outro internauta. Lutas na Justiça Os crimes de Frota acima citados estão relacionados com a campanha eleitorial de 2018 (Frota foi condenado por injúria ao deputado Jean Wyllys) e a algumas declarações de entrevistas mais antigas.
Lutas na Justiça
Os crimes de Frota acima citados estão relacionados com a campanha eleitorial de 2018 (Frota foi condenado por injúria ao deputado Jean Wyllys) e a algumas declarações de entrevistas mais antigas.
Num processo em que acusava a ex-ministra Eleonora Menicucci, Frota não gostou do veredito e atacou o juiz em declarações à imprensa: "Eu fui julgado por um juiz ativista do movimento gay. O juiz não julgou com a cabeça, julgou com a bunda". Em 2014, Frota deu uma entrevista ao 'Agora é Tarde', da Rede Bandeirantes', ao promover um espetáculo que ia estrear e narrava as suas experiências de vida. É nesta conversa que o agora deputado descreve um episódio de sexo sem consentimento, tendo deixado a mulher inconsciente. "Ela virou de costas e eu pensei: 'Essa mãe de santo tem jogo aí. Dá pra pegar, dá pra comer'", afirmou na altura. "Perguntei: 'E aí, tem jogo?'. Ela não respondeu nada, então botei a mãe de santo de quatro e comi ela", continuou.
Em 2014, Frota deu uma entrevista ao 'Agora é Tarde', da Rede Bandeirantes', ao promover um espetáculo que ia estrear e narrava as suas experiências de vida. É nesta conversa que o agora deputado descreve um episódio de sexo sem consentimento, tendo deixado a mulher inconsciente.
"Ela virou de costas e eu pensei: 'Essa mãe de santo tem jogo aí. Dá pra pegar, dá pra comer'", afirmou na altura. "Perguntei: 'E aí, tem jogo?'. Ela não respondeu nada, então botei a mãe de santo de quatro e comi ela", continuou.
O caso chegou a ser investigado mas foi arquivado pela justiça em 2016. De acordo com o promotor, "admitir referida atitude como crime de apologia ao crime poderia configurar verdadeiro cerceamento à liberdade de expressão". Carta aberta contra TVI
Carta aberta contra TVI
Cerca de 271 personalidades e 35 associações manisfestaram-se numa carta aberta contra o convite para as entrevistas de Mário Machado no 'Você na TV' e no 'SOS24', argumentando que "numa mobilização oportunista, ou talvez ingénua, do princípio da liberdade de expressão, alguns meios de comunicação social portugueses, como a TVI, têm vindo a dar voz a ideias – legitimando-as e normalizando-as –, de figuras e organizações racistas e fascistas".
O documento, destinado ao Presidente da República e aos representantes dos partidos com assento parlamentar, alerta para o perigo destas ideias às democracias "e como os meios de comunicação social influenciam estes processos políticos."