
Quando a direção do FC Porto caiu, o Correio da Manhã deu conta do inusitado: Vítor Baía teria deixado uma dívida de 50 mil euros no cartão de crédito que tinha enquanto administrador da SAD do clube, e teria também custeado uma série de despesas pessoais, como o batizado dos filhos com o dinheiro dos dragões.
Prontamente, o antigo guarda-redes do FC Porto reagiu para desmentir o assunto, garantindo que tal não era verdade.
"Nunca custeei qualquer festa ou batizado com o cartão do clube, sendo essa alusão, para além de perfeitamente ridícula e infeliz, feita por alguém que não percebe sequer como funciona um cartão bancário, nem a forma como eram atribuídas as despesas de representação aos membros do conselho de administração", justificou na altura.
Acontece que, à luz desta nova realidade, tudo é colocado novamente em causa. Se é certo que as despesas de representação dos membros do conselho de administração se deveriam pautar por um determinado código de conduta, a auditoria feita recentemente às contas do clube mostrou que as regras não estariam propriamente a ser respeitadas.
Agora, há joias apresentadas como despesas de material desportivo por parte dos antigos administradores, contas pagas de férias em resort de luxo e muitas despesas de supermercado, restaurantes caros, que levam a que também Vítor Baía, assim como Pinto da Costa, vejam a sua conduta colocada em causa. O caso será agora apresentado ao Ministério Público, com o presidente, o antigo guarda-redes e outros nomes, como Adelino Caldeira, a terem de justificar por que utilizaram o dinheiro do clube para fins pessoais.
Se forem constituídos arguidos, os administradores e ex-presidente podem ver, em última instância, os seus bens penhorados.