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Saudade

Pedro Lima estendeu a mão a Luís Osório... numa altura em que também ele lutava contra os seus próprios fantasmas

Há pouco mais de cinco anos o país acordava com a notícia da trágica morte do ator, mas passado todo este tempo ainda há histórias sobre a bondade de Pedro.
Por FLASH! | 05 de dezembro de 2025 às 20:16
Pedro Lima estendeu a mão a Luís Osório... numa altura em que também ele lutava contra os seus próprios fantasmas
Pedro Lima, Luís Osório
Pedro Lima
Luís Osório
Pedro Lima, Luís Osório
Pedro Lima
Luís Osório

"Pedro Lima teria feito 54 anos. Fez, sim. Ele partiu, mas ficou. Ficou nos filhos. Ficou na mulher, nos amigos e nos que com ele se cruzaram. Lembro-me da data de abril por ter combinado casar com Anna no dia em que fizesse 50 anos – sabemos que não os completou pois decidiu partir faz agora três anos", começa assim o 'Postal do Dia' de Luís Osório sobre Pedro Lima que escreveu em abril de 2023. Sem qualquer justificação, o escritor decidiu esta semana republicar esta crónica nas suas redes sociais.

A razão para esta republicação? Poderá, simplesmente, ter sentido falta do ator. Mas o que ressalta deste 'Postal do Dia' era a bondade de Pedro Lima. "No dia em que saí da direção do Rádio Clube recebi muitas mensagens, telefonemas e abraços. 'Luís, estou contigo', 'Luís, estamos juntos', 'Luís, para a semana telefono e vamos jantar', 'Luís, não te desampararei'. Luís, isto, aquilo e aqueloutro. No dia seguinte a mesma coisa. Na semana seguinte, quase nada. Um mês depois recebi um telefonema. Era um homem que eu não conhecia bem. Tínhamo-nos encontrado um par de vezes com amigos comuns, mais nada. 'Olá, Luís… é o Pedro Lima, lembras-te?'", recorda o escritor.

E prossegue: "O Pedro queria apenas dizer que estava ali, que gostava da minha escrita, das minhas ideias e que sabia bem o que era estar apenas por sua conta. No dia em que lancei 'Mãe, promete-me que lês', ele estava lá. O nosso olhar encontrou-se, senti-o comovido, quase tanto como eu. Era o meu livro, mas era também o seu… um livro de vida e desamparo, um livro que (soube-o depois) representava uma viagem à sua própria experiência e a uma infância e juventude sem a presença da sua mãe."

Diz ainda Luís Osório sobre Pedro Lima: "O seu sorriso iluminava o mundo, mas não conseguia acender um caminho de salvação para os seus fantasmas. A sua presença encantava, mas os seus olhos escapavam-se algumas vezes para um lugar que apenas ele conhecia. Era ator. Pai de cinco filhos. Tinha a mesma idade que eu. Queria muito encontrar um lugar de apaziguamento e houve momentos em que isso quase lhe pareceu ser possível. 'Luís, as coisas estão a correr tão bem! Corre tudo como num sonho. É aproveitar enquanto dura', escreveu-me numa mensagem em meados de 2016. Obrigado, Pedro… E prometo-te uma coisa: daqui a um tempo telefono-te… livra-te de não me atenderes."

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