
No passado dia 6 de maio, logo pela manhã, o mundo de Nininho Vaz Maia desabou, no momento em que a polícia entrou pela sua morada, na Margem Sul, e apresentando um mandato, vasculhou todos os cantos da casa. O artista não foi detido, mas seria constituído arguido num mega processo de tráfico de droga e branqueamento de capitais.
A rede de que o mediático cantor, de 37 anos, é acusado de fazer parte, camuflaria o dinheiro proveniente da droga através de uma empresa de compra e venda carros, com a ajuda de uma advogada. A droga, cocaína, era proveniente do Brasil e outros países da América Latina e chegava a Portugal através de bagagem sem passageiro atribuído. Com a conivência de funcionários do aeroporto de Lisboa, era depois escondida em armazéns até ser transportada para o seu destino final: Espanha.
É nesta fase final do processo que Nininho é acusado de ter participado, sendo acusado de usar os seus meios próprios, ou seja os camiões profissionais utilizados para os seus espetáculos, para levar a droga até Espanha. Uma sugestão que deixou o advogado do artista, Carlos Melo Alves, indignado. Até agora, aliás, o discurso de Nininho tem sido sempre o mesmo, através das vias oficias: negar qualquer envolvimento no crime.
"É impossível o Nininho esconder a droga no interior de camiões que transportam o pessoal e o material de música, uma vez que nunca deu qualquer concerto em Espanha", disse ao 'Expresso'.
O advogado esclareceria ainda o que tinha sido encontrado em casa do artista, bem como algumas coisas que, no seu entender, não estão claras neste processo. "Aquilo que as autoridades fizeram e muito bem, face a alguns sinais que existiam de que o Nininho podia estar relacionado com esta atividade, foi partirem para as buscas. E, nessas buscas, apreenderam o telemóvel, alguns anabolizantes - que têm que ver com a parte médica dele, se for necessário juntamos as receitas médicas, para consumo (…) e não é crime - e apreenderam-lhe uma quantia monetária, isto tem que ser dito, porque há uma estação que diz que lhe apreenderam 150 mil euros. Isto é completamente mentira! Apreenderam-lhe quatro mil euros, quantia que tem a ver com o merchandising, não foi apreendida droga."
Já sobre o facto de poder haver montantes de dinheiro proveniente da droga nas contas pessoais do cantor, o advogado refuta igualmente essa possibilidade. "Que falsidade! Qualquer pessoa sabe e tem que saber que os concertos eram pagos à agência do Nininho e a agência do Nininho transfere, por sua vez, esse dinheiro para a conta bancária do Nininho."
O artista, recorde-se, tem concerto marcado para este sábado, no Porto, na Queima das Fitas. Até ao momento, ainda não cancelou este ou qualquer outro espetáculo.