
O candidato que se mostrou favorito nas eleições presidenciais brasileiras, Jair Bolsonaro, que tem um discurso de "defesa da família brasileira", viu o seu nome envolvido em mais um escândalo. Fez ameaças de morte à segunda ex-mulher, Ana Cristina, e o Ministério das Relações Exteriores brasileiro tem documentos que relatam o que se passou em 2011.
De acordo com a 'Folha de São Paulo', tudo começou quando o ex-casal travava uma disputa judicial pela custódia do filho, Renan. Depois de receber ameaças por parte do ex-marido, Ana Cristina terá viajado para a Noruega com o rapaz e o novo companheiro sem autorização de Jair, o que levou o então deputado federal a falar com aquele ministério.
É nesta fase que entra em ação o então embaixador do Brasil em Oslo, Carlos Henrique Cardim.
"A senhora Ana Cristina Valle disse ter deixado o Brasil há 2 anos [em 2009] 'por ter sido ameaçada de morte' pelo pai do menor. Aduziu ela que tal acusação poderia motivar pedido de asilo político neste país", lê-se no telegrama assinado pelo embaixador e publicado por aquele jornal.
Em declarações à 'Folha de São Paulo' no mês passado, o diplomata confirmou a veracidade do telegrama, recordando que conversou com o candidato conhecido como "Trump brasileiro" em julho de 2011 sobre a disputa do ex-casal. A partir daí, o procedimento "segue uma rotina das embaixadas do Brasil".
"Foi explicada a ela [Ana Cristina Valle] a legislação do Brasil e da Noruega. E aí, ela mencionou para o vice-cônsul que estava pensando em pedir asilo e que teria dito – ao vice-cônsul – que sofreu uma ameaça de morte do deputado Bolsonaro. E o vice-cônsul me transmitiu isso", explicou o ex-embaixador.
Mas, apesar do telegrama do Ministério das Relações Exteriores, Ana Cristina negou estas afirmações no mês passado declarando no Instagram: "Nunca. Pai do meu filho. Meu ex-marido. Ele é muito querido por mim e por todos". A suposta vítima denunciou ainda a campanha da "mídia suja" contra o ex-capitão do exército.
Ana Cristina, agora conhecida como Ana Bolsonaro, está novamente a viver no Rio de Janeiro e, na altura da publicação do telegrama, concorria a uma vaga de deputada federal do Rio de Janeiro – tal como os filhos mais velhos de Jair: Eduardo Bolsonaro foi o deputado federal, do estado de São Paulo, mais votado na História do Brasil e Flávio foi eleito senador do estado do Rio de Janeiro. A ex-mulher de Jair não conseguiu votos suficientes para se eleger.
O candidato de extrema-direira que a 28 de outubro vai disputar a segunda volta das eleições presidenciais não fez comentários sobre o caso. Bolsonaro, 63 anos, foi ainda casado com Rogéria Nantes Nunes Braga, que também tem uma história como deputada, com quem tem 3 filhos: Flávio, Carlos e Eduardo. Em 2013, após separação de Ana Cristina, casou-se com Michelle de Paula Firmo Reinaldo.
Bolsonaro, 63 anos, foi ainda casado com Rogéria Nantes Nunes Braga, que também tem uma história como deputada, com quem tem 3 filhos: Flávio, Carlos e Eduardo. Em 2013, após separação de Ana Cristina, casou-se com Michelle de Paula Firmo Reinaldo.