Um dia depois de o governo liderado por Luís Montenegro ter anunciado que a RTP vai deixar de poder ter publicidade paga em antena, e durante a apresentação da grelha de humor da estação, a apresentadora Filomena Cautela foi a voz crítica em relação às novas medidas tomadas pelo poder político em relação ao novo modelo de serviço público de televisão que pretende implementar e que retira dezenas de milhões de euros anuais à empresa.
Cautela subiu ao palanque para falar dos seus novos programas na RTP e fez questão de marcar uma posição crítica, ao envergar uma roupa com simbolismo. "Trouxe uma t-shirt com a cara de todos os apresentadores da casa estampada. Trouxe uma t-shirt com publicidade à RTP. Acho que à RTP ainda podemos fazer publicidade, a nós próprios, não é?!", disse, não voltando a referir mais o tema perante a plateia.
No final do evento o tema voltou à baila e Filomena reagiu, mas mais à cautela. "Estou muito satifeita. muito otimista", ironizou, sublinhando: "Acho que não há ninguém portugal que não queira um serviço público de televisão forte. Portanto tenho a certeza de que é para lá que caminhamos".
Para a apresentadora, "neste momento, do País e do mundo, não há ninguém que não queira um serviço público de televisão forte. Ainda por cima a RTP faz co-produções em que muitos departamentos dependem dela, na ficção, no desporto, nas modalidades, na cultura. A importância da RTP, tal como ela está, é inequívoca, portanto a partir daqui só podemos crescer", desejou.
Um programa sobre quase tudo
Antes do regresso do 'Programa Cautelar' no início de 2025, Filomena Cautela vai ter novo espaço de reflexão, ou de ausência dela. "O programa será isso: será sobre tudo o que não precisam de saber sobre quase tudo", rematou, dizendo que foi "uma ideia desenvolvida por mim e pelo José Fragoso, pela nossa equipa e o que se pode dizer é que aqui, ao contrário do 'Programa Cautelar', que tem temas muito fortes sobre os quais deviamos saber alguma coisa sobre eles. Aqui partimos do princípio que todos os temas, por mais estúpidos que sejam, têm um fundo de verdade e algo interessante."
