
O momento em que mãe e filha se reencontraram no Panamá, depois de meses de angústias e preocupações com a princesa Leonor em alto mar, foi, sem dúvida, um marco na realeza, onde dificilmente se veem gestos tão espontâneos, como abraços sentidos, toldados pela emoção. Mas Letizia voltou a quebrar o rígido protocolo em nome do amor que as une às filhas. Não foi a primeira vez, mas terá sido uma das imagens mais marcantes ao longo dos últimos tempos e que mostra bem que, pese embora saber as regras do 'jogo', desde que entrou para a família real, há bandeiras de que não está disposta a abdicar, e que estão, sobretudo, relacionadas com as filhas, que nunca quis que crescessem apenas na rigidez, mas que em casa tivessem a normalidade de uma família que as ama.
Segundo a especialista em etiqueta e protocolo María José Gómez Verdú revelou à revista 'Lecturas', esta é, de facto, uma imagem muito vincada de Letizia, que fez um ajuste às normas reais. "Se olharmos para o passado, a relação entre herdeiro e rainha consorte era marcada por uma clara ordem de precedência. No entanto, hoje, Leonor não demonstra sinais de primazia sobre a mãe, o que sugere um ajuste à tradição", explica, adiantando que Letizia erradicou por completo a reverência, "um dos gestos mais simbólicos do protocolo real, um ato de respeito e reconhecimento da autoridade do Rei."
A última vez que vimos Leonor fazer uma reverência ao pai foi em 2018, desde então o gesto como que foi erradicado, algo que a especialista atribui a uma vontade de Letizia. "Foi, provavelmente, devido ao desejo da Rainha Letizia de modernizar a imagem da monarquia e eliminar certas formalidades."
Ainda segundo a especialista, as mudanças implementadas por Letizia foram todas pensadas em prol de uma imagem de unidade familiar em detrimento de um clã que gravita em torno da família do rei.