
Apesar do apelido um tanto pomposo: Castelo Branco - "repescado à avó Cândida, casada com um Castelo Branco e tia do escritor Orlando da Costa [pai do ex-primeiro ministro, António Costa]", conforme descrito numa reportagem da revista 'Visão' que data de 2002 - José Alberto Vieira, de seu verdadeiro nome, nunca foi bem aceite no verdadeiro 'jet-set' português, ou seja, aquele que é constituído pelas famílias mais tradicionais e abastadas de Portugal.
Com um passado marcado por espetáculos travestis, pela personagem Tatiana Romanova a que dava corpo, pela sua excêntricidade e pelo facto de viver num pequeno apartamento em Santo António dos Cavaleiros, periferia pouco "elitista" de Lisboa, Castelo Branco nunca conseguiu que as lhe fossem abertas as portas da alta sociedade.
Nem mesmo quando casou com Lady Betty Grafstein, milionária e designer de joias, José Castelo Branco conseguiu que essas tais portas se abrissem. O casal chegou a dar festas muito badaladas no palecete de Sintra, regra regral no verão e no Natal. Chegaram a ser contratados 'chefs' de renome, artistas para atuar após as refeições e decoradores para criar ambientes verdadeiramente glamourosos. Eram gastos "rios de dinheiro".
Mas nem mesmo assim, Castelo Branco foi aceite. Há um episódio relatado na reportagem da 'Visão' que demonstra bem tudo isto: "Alguns dos que se deliciaram em Sintra tinham-lhes virado a cara no Algarve". Vem isto a propósito de uma humilhação a que o casal foi sujeito numa festa de verão da revista 'Caras' que se realizou no Hotel da Quinta do Lago.
"Até deu pena", comentou à época um dos convidados dessa noite. "Os dois [Betty e Castelo Branco] acabaram na mesa da imprensa. Ninguém quis jantar com eles, nem mesmo os que costumam ir às suas festas", lê-se na referida reportagem à qual a joalheira disse a esse propósito: "Somos sempre motivo de conversa…", lamentou Betty à jornalista da 'Visão.