Milhões de pessoas em todo o mundo prestam homenagem ao Papa Francisco e no Vaticano as cerimónias fúnebres captam atenções com muitos a quererem estar junto ao Santo Padre, que deixa uma marca forte na Igreja Católica, nos fiéis e até mesmo naqueles que não devotam da fé católica. No entanto, apesar de estar rodeado por uma multidão, na última segunda-feira, quando nos deixou, aos 88 anos, Francisco partiria só, sem a sua família, que sempre amou, mas de quem teve de se afastar devido à posição que assumiu de líder máximo da Igreja Católica.
Dos Bergoglio, não restam, no entanto, muitos, até porque a família de Francisco foi marcada por algumas tragédias e infortúnios. Os pais não chegaram a vê-lo Papa, com o pai a falecer na sequência de um ataque cardíaco.
"Quando o meu pai morreu, a minha irmã mais nova ainda era adolescente. Estava no estádio com o meu irmão Alberto quando, enquanto exultava por um golo do San Lorenzo, o papá foi atingido por um enfarte. Socorreram-no e transportaram-no para casa", contou na sua biografia. A mãe faleceria vários anos depois e também três dos quatro irmãos perderiam a vida precocemente.
Dos quatro irmãos, só restou a mais nova, Maria Elena, com quem Francisco sempre teve uma relação de grande cumplicidade. Falavam regularmente ao telefone, trocavam inúmeras cartas, mas não voltariam a ver-se desde que o Papa deixou a Argentina para assumir as suas funções no Vaticano. Com uma saúde frágil, a irmã do Papa vive atualmente entregue ao cuidado de monjas e não deverá marcar presença nas cerimónias fúnebres.
TRAGÉDIA MARCA A FAMÍLIA
Foi apenas um ano depois de ter assumido o Papado que Francisco acabaria por receber uma notícia que lhe causaria uma dor profunda. Estávamos no verão de 2014 quando três familiares perderam a vida num acidente de automóvel.
Valeria Carmona, mulher do seu sobrinho Emanuel Bergoglio, teve morte imediata depois de o carro em que seguia ter embatido violentamente contra um camião. No mesmo acidente, os dois filhos acabariam também por falecer, enquanto o marido dava entrada no hospital em estado grave, tendo acabado por perder a vida.
Dos filhos dos restantes irmãos, sabe-se ainda da existência de um sobrinho, filho de Óscar Adrián, e que seguiu os passos de Francisco, tornando-se sacerdote e professor de Teologia. Já um seu outro sobrinho-neto, de nome Felipe, deu largas à imensa paixão do Papa por futebol e tornou-se craque, alinhando, aos 20 anos, num clube italiano.
Apesar do orgulho que sentia na família, desde 2013, Francisco dedicou-se por completo à sua missão, ainda que nunca tivesse deixado de acompanhar as notícias dos seus.
