
Durante anos e anos a imprensa espanhola sempre protegeu a família real de Espanha. Todos os escândalos foram abafados e nunca saíram para o exterior. A imagem que foi construída de cada um dos membros foi um tanto idealizada.
Por exemplo, em relação à rainha Sofia os espanhóis tinham dela a ideia de se tratar de uma mulher austéra, devota e, sobretudo, muito honrada. Hoje, percebe-se que afinal não era bem assim. A jornalista Pilar Eyre tem desconstruído bastante esta imagem.
Para a especialista em assuntos da realeza espanhola, a rainha emérita sempre soube das infidelidades do marido e nunca se importou com isso. Preferia ser traída a ter de abdicar do seu estatuto real. E, claro, do dinheiro que tinha à sua disposição e dos privilégios de ser rainha.
Mais: Pilar Eyre garante que Sofia sempre soube das fraudes do marido e nunca o desencentivou. Pelo contrário, até o motivava a fazer ainda mais. A troco do silêncio da rainha emérita, havia contas em seu nome e os cartões 'black' que usava advinham de uma conta de uma empresa fantasma do seu marido no Liechtenstein com um nome grego. Era uma forma de fugir ao fisco espanhol a favor de Sofía de Grécia.
Diz a jornalista: "Austéra não é e acredito nas notícias que circulam sobre o que cobra ao erário público. Se Juan Carlos dá dinheiros às suas amantes, é evidente que também o dá à sua mulher para as suas despesas pessoais. Parte do pacto que existia entre o casal passava por não perguntar de onde vinha esse dinheiro. Desde o nascimento de Felipe que começaram a fazer vidas separadas, mas o dinheiro nunca faltou a Sofia".
Quanto á questão levantada de quanto é que a rainha emérita recebe do Estado não é nada pouco. Fala-se em 114 mil euros por ano, mais de 10 mil por mês.