
Os casos do assédio sexual e os movimentos de defesa criados pelas actrizes em Hollywood continuam a dar que falar.
Depois de participantes e convidados se vestirem de negro na última gala dos Globos de Ouro, em Los Angeles, como forma de solidariedade para com as vítimas de assédio sexual, a atriz francesa Catherine Deneuve juntou-se a mais 100 mulheres, entre atrizes, artistas e académicas, em forma de protesto contra os excessos dos movimentos de solidariedade de Hollywood #MeToo e ‘Time’s Up’.
"A violação é um crime. Mas tentar seduzir alguém insistentemente ou de forma desapropriada não é", inicia-se assim a carta aberta publicada esta terça-feira no jornal francês ‘Le Monde’. A publicação é vista como uma dura crítica às proporções tomadas pelos movimentos femininistas criados pelas atrizes de Hollywood.
As autoras fazem referência a "uma onda puritana feminina", defendendo os nomes dos homens que "foram castigados e forçados a abandonarem os seus empregos" devido a meras acusações de assédio, tais como James Toback, Kevin Spacey ou Dustin Hoffman.
"Como mulheres, não nos revemos neste feminismo que, para além de denunciar o abuso de poder, transforma-se num ódio contra aos homens e a sexualidade". Segundo a publicação, assinada por atrizes como Catherine Deneuve, Catherine Millet e Ingrid Caven, a ideia de que os homens são obrigados a confessar os seus comportamentos em público e a pedir desculpa por actos cometidos há vários anos, aproxima a nossa sociedade de um regime totalitário.