Gisèle Pelicot, 72 anos, contou sempre com o apoio da filha, Caroline Darian, durante o julgamento de Dominique Pelicot, 72 anos, que acabou por ser condenado a 20 anos de prisão por violar e organizar violações em massa à esposa.
No entanto, embora nunca tenha admitido em tribunal, a gestora de comunicação de 46 anos, acreditava que também tinha sido vítima de abusos sexuais por parte do pai, algo que, segundo ela, a mãe nunca "acreditou" e acabou por desvalorizar, o que a levou a tomar a decisão de cortar relações com ela pois sentiu que foi "abandonada" durante o julgamento.
Em declarações ao 'The Telegraph', Caroline revelou que, em várias ocasiões, Gisèle lhe disse para "parar de fazer figura de parva" durante o julgamento. Afirma também que, apesar de ter apoiado a mãe durante o julgamento, Gisèle não quis "acreditar ou ouvir" as suas suspeitas de que o pai também a tinha violado.
Durante a investigação a Dominique, a polícia encontrou cerca de 20 mil imagens e vídeos chocantes de Gisèle a ser abusada no seu computador, mas também fotos de Darian nua e em roupa interior num ficheiro apagado chamado "A minha filha nua". A filha de Pelicot disse que se sente uma "vítima esquecida", enquanto a sua mãe saltou para a ribalta e se tornou um ícone global: "Ela não nenhum ícone, não para mim", confessou.
Na sequência desta revelação, ela disse ao tribunal que estava convencida de que provavelmente também tinha sido violada e abusada por Dominique, algo que não teve seguimento.
Darian contou que a mãe dizia ser impossível que o marido tivesse abusado da própria filha, assegurando-lhe: "O teu pai é incapaz de fazer uma coisa dessas".
De acordo com a mulher, ela e os seus irmãos Florian e David imploraram ao pai para que contasse a verdade sobre as fotos, mas ele negou consistentemente qualquer abuso. Darian afirmou que Gisèle era a única pessoa que poderia convencer Dominique a confessar os crimes contra ela, mas que optou por permanecer em silêncio: "E isso, eu nunca poderei perdoar, nunca", disse ao jornal britânico.
