
Empurrado contra a parede pelo irmão, o rei Carlos III de Inglaterra, e pelo sobrinho, o príncipe William, André de Windsor não teve outra alternativa do que anunciar que renunciava aos seus títulos reais e a todas as honrarias que daí resultavam. A partir de agora o filho da falecida rainha Isabel II - só não deixa ser príncipe precisamente por ser filho de uma rainha - deixa de ser duque de York.Tal como também já não é conde de Inverness nem barão Killyleagh. Perde também importantes distinções como a sua filiação à Ordem da Jarreteira (a mais antiga ordem de cavalaria britânica) e a Grã-Cruz da Ordem Real Vitória, que lhe foi concedida pela mãe.
André, que em Inglaterra já era conhecido como o 'Duque do Perigo' nunca conseguiu esclarecer a sua relação com o agressor sexual Jeffrey Epstein, apesar de ter sempre negado qualquer ligação ao norte-americano. As constantes manchetes sobre o assunto não têm ajudado nada à Coroa. Pelo contrário, têm abafado o trabalho de toda a Família Real.
Ao escândalo Epstein soma-se ainda todas as dúvidas quanto às finanças do agora ex-duque de York e as suas ligações a um suposto espião chinês. Portanto, neste momento, André só estava a prejudicar o reinado de Carlos III, embora já não fosse um membro "trabalhador" da Coroa britânica. Ainda assim, os escândalos a que tinha (e tem) o seu nome associado estavam a manchar a reputação da instituição.
"Após conversar com Carlos III e com a minha família, tanto imediata quanto extensa, chegamos à conclusão de que as constantes acusações contra mim estão a desviar a atenção do trabalho de Sua Majestade e da Família Real", declarou o príncipe André. "Como já afirmei, nego veementemente as acusações contra mim", disse ele ao aceitar retirar-se da vida pública.