
Leonor, herdeira do trono de Espanha, atingiu a maioridade no último dia do mês de outubro e em novembro jurou a Constituição. Quer isto dizer que – em teoria – a princesa estaria em condições de assumir as suas responsabilidades caso o pai tivesse que abdicar. Assim, o Palácio da Zarzuela não tinha dúvidas de que a melhor altura para que Felipe VI assinasse o divórcio era mesmo novembro.
O rei, desiludido e humilhado, ao saber das supostas traições da mulher não tinha vontade em manter o casamento. Estava decidido a oficializar uma crise que é factual e já vem de 2013. Quando soube o conteúdo do livro [Los Silencios de Letizia] que Jaime Peñafiel se preparava para publicar, Felipe não tinha dúvidas: o divórcio tinha mesmo que acontecer.
Mas o monarca espanhol foi obrigado a recuar. O facto de Jaime del Burgo – ex-cunhado e suposto amante de Letizia – ter decidido contar tudo levou a uma reviravolta. Levantou-se uma imensa onda de solidariedade em torno da rainha. Todas as declarações públicas contra a mulher de Felipe VI foram definidas como uma conspiração "machista".
Especialmente as mulheres passaram a proteger Letizia e, caso o rei insistisse em divorciar-se seria a imagem dele que sairia prejudicada. Assim, o Palácio da Zarzuela terá considerado melhor fazer marcha-atrás no plano que estava já delineado. Os reis vão manter-se casados, mas em privado levarão vidas separadas.