
Luísa Castel-Branco, de 66 anos de idade, abriu o coração numa entrevista intimista a Manuel Luís Gocha, em 'Conta-me', na TVI, e desvendou alguns dos momentos que mais a marcaram ao longo das mais de seis décadas de vida.
A escritora relembou o momento em que se separou do pai dos três filhos. Sem tabus, confessa que decidiu acabar com a relação, mesmo continuando a amar o homem com quem esteve casada durante sete anos. "Fui eu que pedi para nos separarmos. Não tinha dúvidas nenhumas que amava o meu marido. O amor também mata, também destrói. Crescemos de formas diferentes e se um leva o outro para baixo, em vez de o levar para cima, chega um momento que não dá e isso não é falta de amor", começa por explicar, deixando bem claro que nunca foi vítima de violência doméstica.
"A violência é algo muito mais sério. O que se passava era mais uma falta de identificação. Violência psicológica é outra coisa", esclareceu a mãe de Inês Castel-Branco.
A RELAÇÃO COM O DINHEIRO
Luísa Castel-Branco viu-se sozinha com três crianças a seu cargo. Confessa que financeiramente não foi uma tarefa fácil, mas que a nível pessoal foi bastante enriquecedor. "Foi difícil a nível financeiro e de trabalho, mas foi maravilhoso. Eu e os meus filhos vivíamos num mundo à parte. O embate financeiro foi complicado. Sou péssima a gerir. Nos anos que fiz televisão entrevistei imensas pessoas da astrologia e todas me diziam que o meu karma era o dinheiro."
A antiga jornalista afirma que o pai dos filhos deixou de ser presente "de um dia para o outro" e que teve se se dividr para conseguir sustentar a família. "Fiquei mesmo sozinha e foi complicado. Cheguei a ter quatro trabalhos. Eles sabiam o que eu estava a fazer e o António [o filho mais velho] cuidava dos outros. Somos um clã e não é fácil entrar alguém de fora. Dei-lhes tudo o que não tive e quando os vejo repetir aquilo que eu fiz é o melhor agradecimento do mundo."
O REENCONTRAR DO AMOR
Passados sete anos da separação, Luísa Castel-Branco voltou a encontrar o amor ao lado do atual companheiro, Francisco, com quem está há 25 anos. "É a pessoa que me faz acreditar em mim mesma, que me aguenta as dúvidas todas e que não tenho a mínima dúvida que amo", revela.
Contudo, a antiga comentadora do 'Passadeira Vermelha' garante que nunca atingiu o auge da felicidade. "Não sou feliz, nunca fui. Não acredito na felicidade por si. Tenho momentos felizes quando estou com os meus netos, quando escrevo, quando sinto o cheiro da terra molhada, quando estou a cozinhar para os outros, mas de resto não."