
Jorge Mario Bertoglio sentiu tardiamente o apelo de Deus. Antes, foi um rapaz perfeitamente comum. Gostava de sair à noite, de ir à bola, de dançar tangos e milongas e também de namorar.
Amalia Damonte, uma menina que era sua vizinha, foi a primeira paixão de Jorge. O Papa era, na altura, um miúdo de 12 anos de idade mas já sentia atração pelo sexo oposto.
Ousado, escreveu um bilhete à menina que o deixava encantado, sempre que a via. "Se não te casares comigo, torno-me padre", dizia o recado.
Amalia mostrou o bilhete aos pais que acharam a situação muito precoce e proibiriam Amalia de ver Jorge.
A criança argentina, hoje uma octogenária, confirma o episódio ao jornal italiano 'Corriere de La Sera': "Não tenho nada a esconder, foi uma coisa de crianças. Creio que me propôs casamento por querer seguir o exemplo que via em casa e constituir família".
"EL GRINGO": DA NOITE PARA A MISSA
Vários amigos de juventude também recordam um rapaz divertido. E, claro, galanteador para as raparigas. "É claro que ele tinha namorada", conta Hugo Morelli, que foi colega de turma de Jorge, o Papa Francisco. Na altura, por ser muito branquinho e ter feições europeias até tinha uma alcunha: "El Gringo".
Tangos e milongas eram as suas melodias prediletas. "Era um dançarino de tango fantástico", conta outra amiga, Anna Collona. Ainda assim, as suas saídas noturnas não entravam madrugada dentro dado que Jorge era, então, interno num colégio salesiano e tinha que ir à missa, todos os dias, às 8 da manhã.