
Clara de Sousa passou por aquilo que ninguém quer passar: ser perseguida por uma mulher desconhecida que lhe fez ameaças de morte e que chegou a entrar nas instalações da Impresa, grupo que detém a SIC, com um martelo para agredir a jornalista. Valeu-lhe a intervenção da PSP, que chegou a tempo de evitar o pior. A notícia faz a manchete de hoje, 5 de abril, do jornal 'Correio da Manhã'.
Segundo a Procuradoria-Geral Regional de Lisboa do Ministério Público a suspeita tinha o "propósito [...] de provocar medo e inquietação [à vítima] e prejudicar a sua liberdade de determinação". Entretanto, sabe-se que a agressora já conheceu as medidas de coação. Está obrigada a apresentar-se duas vezes por semana às autoridades da sua área de residência. Além disso, está proibida de se deslocar à freguesia de Paço de Arcos (onde Clara de Sousa trabalha) e deve ainda manter-se afastada da jornalista.
Hernâni Carvalho, que já habituou os portugueses a dar a sua opinião, doa a quem doer, já reagiu a estas medidas de coação: "Das duas uma: ou se prova que esta mulher é destravada ou então estamos aqui na presença de um problema muito grave que não são duas apresentações semanais na esquadra resolvem. Isso não resolve rigorosamente nada", opinou o jornalista no espaço de análise criminal no programa 'Casa Feliz'.
"Esta pessoa já estava proibida de ir à SIC fazer a perseguição… A Justiça não evoluiu nesta matéria. As doutas lentes fechadas à chave, em redomas de vidro, a produzir matérias de direito, falam de tudo menos da realidade do dia a dia e adaptam cada vez menos a lei à realidade", atirou com a sua já conhecida ironia.
E acrescentou: "Os senhores deputados têm de fazer mais, têm de olhar para o que se passa e adaptar a legislação à realidade em vez de produzir legislação só porque sim", disse Hernâni Carvalho.
Entretanto a estação de Paço de Arcos também já reagiu a este caso: "A SIC e o grupo Impresa deram todo o apoio a Clara de Sousa nas últimas semanas, contribuindo para que a agressora fosse identificada e detida", lê-se no comunicado.