
Clara de Sousa mostrou-se muito crítica em relação ao trabalho de alguns enviados especiais à guerra da Ucrânia: "Não faz sentido um pivô ir cobrir uma guerra. Fazer o quê? Fazer aquilo que as outras pessoas fazem, que é meter os seus pivôs a 500 quilómetros de onde as coisas estão a acontecer? Para isso não me parece que valha muito a pena. Acho melhor estarmos cá", atirou aquele que é um dos rostos principais do ‘Jornal da Noite’ da SIC.
José Rodrigues dos Santos, que é um pivô que já esteve a fazer reportagem neste cenário de guerra ao serviço da RTP, já reagiu a estas declarações de Clara de Sousa. Embora começasse por dizer à revista 'TV Guia' que não o iria fazer: "Desconheço as declarações em causa e o seu contexto, pelo que não faz sentido comentá-las", esclareceu.
No entanto, o pivô do 'Telejornal' da RTP1 falou da sua experiência recente em Lviv. "O que posso dizer em termos gerais sobre Lviv é que, estando a RTP coberta em Kiev, fazia todo o sentido estarem Lviv. Isto por duas razões. A primeira é que Lviv era o epicentro do êxodo massivo de deslocados de guerra, acontecimento de grande gravidade que requeria cobertura imediata. A segunda é que, nos primeiros dias de guerra, supunha-se que, pelas suas características, a invasão russa se destinava a toda a Ucrânia (…), mas ninguém está ainda em condições de garantir que a invasão não acabará por incluir toda a Ucrânia, uma vez que os planos russos não são ainda conhecidos", justificou o jornalista.
José Rodrigues dos Santos respondeu ainda à pergunta se sentiu que estaria em perigo em Lviv: "Numa zona de guerra existe sempre perceção de perigo, e Lviv não era exceção, em particular no início", considerou para acrescentar ainda que não há nenhum jornalista que vá para lá obrigado: "Nenhum repórter pode ser obrigado a cobrir uma guerra no teatro de operações contra a sua vontade", disse convicto.