“Saímos para um almoço de família, muito perto de casa, aqui a dois quarteirões e quando regressámos às 7 da tarde, a nossa casa tinha sido assaltada. Tinham entrado por uma janela, tinham ido diretos aos sítios onde temos as coisas de valor guardadas, rebentaram com esses sítios e levaram-nos tudo o que tínhamos", começa assim o relato sofrido de Dânia Neto, de 42 anos de idade, volta a ver o seu mundo ruir devido a um assalto à sua casa.
"O que comprámos com o fruto do nosso trabalho, com a dedicação de uma vida, desapareceu”, realça, em lágrimas. Dânia Neto confidencia ainda que este episódio a fez recordar aquele que viveu em 2015, na véspera de Natal. “A sensação de invasão, de segurança, de injustiça, de estar a abrir uma ferida antiga, porque em 2015 já tinha sofrido um assalto. Há precisamente dez anos, entraram em minha casa, no apartamento em que vivia, numa véspera de Natal e levaram tudo”, atira.
E acrescenta: “Mas o importante é dizer-vos que não levaram o mais importante, a nossa vida, a nossa essência, aquilo que somos. Por mais vezes que a vida me tire o tapete, eu estarei cá para me levantar com toda a dignidade como sempre fiz.”
“Lamento profundamente por os meus filhos estarem a passar por isto, por o desespero em que o meu filho mais velho ficou por ver o estado em que eu estava quando nos deparámos com o que estava a acontecer”, frisa, lamentando ainda “ter comprado coisas e construído à espera de um dia deixar para os meus filhos, para os meus netos e isso não vai acontecer, ficámos sem nada”, insiste.
Perante mais um pesadelo profundo, Dânia Neto deixa uma garantia: “Sim, vou-me erguer, vamos construir tudo novamente mas se calhar já não faz sentido ter coisas, porque são apenas isso, coisas. O essencial está aqui, os nossos filhos, a nossa saúde, a nossa vida, a capacidade para construir tudo novamente e reerguermo-nos", remata.