
Bruno Nogueira pronunciou-se, neste domingo, sobre a acusação de violação de que foi alvo o ator português Nuno Lopes, seu amigo pessoal que consigo trabalhou em múltiplos projetos, por parte da guionista e realizadora A.M. Lukas. O humorista de 41 anos recusou-se a tomar partidos, mas garante que a acusação não irá fazer com que dê por terminada a sua relação de amizade com o artista.
"Esta semana que passou foi complicada, porque de repente um amigo meu, de quem eu gosto muito, que é o Nuno Lopes, está envolvido numa notícia que eu não queria ter visto. Ver o nome dele, a fotografia dele, e aquela frase em baixo, aquela acusação de que ele é alvo, é uma notícia que em qualquer circunstância é sempre horrível de ver, ainda para mais quando se trata de um amigo", disse Bruno Nogueira, no episódio mais recente do seu podcast, ‘Isso Não se Diz’.
"Eu não venho aqui nem provocar mais dor, nem defender ninguém, venho simplesmente falar dos factos. E o que é que são os factos? São que há uma pessoa que está acusada de um crime e a partir daí o que acontece é que se espera que todas as pessoas à volta, amigos, profissionais da área que já trabalharam com o Nuno, que todos tenham que ter uma opinião pública sobre isso. Não têm que ter, porque não é um caso de nada que esteja provado nem pouco mais ou menos, portanto estar a ter uma decisão sobre o assunto parece-me que é perigoso, da mesma maneira que me parece perigoso estar a assumir que qualquer pessoa que faça uma acusação está à procura só de dinheiro e visibilidade. Os dois extremos parecem-me muito perigosos", acrescentou.
"Neste caso em particular, o que acontece é que as pessoas – são muito engraçadas, no Twitter principalmente, que é um lamaçal – automaticamente têm uma opinião. (…) Umas têm a certeza absoluta que é inocente – ‘Como é que é possível 17 anos depois, agora é que a pessoa se lembra?’ – e outras dizem: ‘Eu sabia, tenho a certeza absoluta, já ouvi histórias’. E o perigo é isto, quando se entra nesta futilidade de argumentos é muito perigoso, porque rapidamente começa a atear-se uma coisa que pode desenvolver um fogo ainda maior. (…) A pior coisa que podia fazer era eu dizer ‘Tenho a certeza absoluta que o Nuno não fez absolutamente nada’. Porque ia soar esquisito: ‘Tens a certeza absoluta, mas como assim? Estavas lá há 17 anos? Estavas lá naquele encontro, quando eles se conheceram?’", referiu ainda.
Bruno Nogueira não deixou, contudo, de realçar que a sua ligação a Nuno Lopes não será abalada por esta acusação: "Eu não posso ter a certeza absoluta de rigorosamente nada, mas o máximo que posso dizer é eu nunca vou deixar de apoiar um amigo até prova em contrário, que isto fique bem claro. (…) O plafond de amizade por uma pessoa não se esvazia por ela ser alvo de uma acusação que não está provada em nada. Se me disserem assim: ‘Agora está provado e ele foi julgado’, falamos na altura. Mas da mesma maneira que [reagiria] se me disserem que está provado que não fez nada. O que as pessoas esperam publicamente é que as pessoas venham tomar uma posição e dizer ‘Para mim acabou’: Acabou? Mas vocês têm a noção da facilidade – e não estou a falar deste caso em particular – que se pode destruir a vida de alguém?"
Por fim, declarou: "Tenho muita pena que isto esteja a acontecer, espero que se apure a verdade o mais rápido possível, porque acho que os danos colaterais disto são gravíssimos e têm repercussões inimagináveis: saindo culpado ou inocente deste caso o que eu sei é que o Nuno que eu conhecia vai ser uma pessoa diferente depois disto, não sei quem será, não sei a que custo. Se tenho uma opinião em relação ao caso, tenho, não interessa minimamente para aqui, não a vou partilhar, não vou fazer parte de todas as pessoas que são profícuas em teorias da conspiração. Recuso-me a contribuir com mais lenha para essa enorme fogueira. Espero isso sim, que se resolva rápido, porque também financeiramente é um rombo tremendo. (…) Porque quem é acusado tem de ter advogados cá e lá, que, nos Estados Unidos, são caros."