
Carla Andrino, de 50 anos, foi diagnosticada com cancro na mama há 6 meses. A atriz está 3º ciclo de quimioterapia, dos 6 que constituem o tratamento, e relata o turbilhão de emoções que vive ao enfrentar esta doença.
"Estou grata por ter uma oportunidade para lutar. Estou grata por ter a possibilidade de me tratar. Estou grata pela doença ter sido diagnosticada a tempo", é assim que começa por dizer a Marta Andrino, a filha que conduz a entrevista publicada na 'Cristina'.
É uma conversa emocionada entre mãe e filha. "Foi um choque", diz, referindo-se ao diagnóstico. "Estive sempre muito bem acompanhada pelo meu médico, o Dr. Fernando Lage, que me segue há dez anos", afirmou a atriz, garantindo de apesar de tudo nunca perdeu o chão.
Carla Andrino revela a primeira coisa em que pensou: "Eu não quero morrer".
"Esta doença é como o mar, ou seja, precisa de muito respeito, mas não de medo", relembra a atriz, aludindo a uma das frases do seu médico.
Passaram 6 meses desde que descobriu estar doente. Carla Andrino já retirou o tumor de 3 centímetros que estava na mama direita. A atriz já submeteu-se à reconstrução mamária e mostrou-se feliz com o resultado, assegurando que se tivesse acordado sem uma maminha "tudo seria diferente" e "não seria tudo tão harmonioso."
Aos 50 anos, Carla não esperava que a sua vida desse uma volta de 180 graus. Depois de tudo o que viveu agora olha à sua volta com uma perspectiva diferente: "Há coisas que sobrevalorizamos e que não nos merecem tanta atenção. A doença faz-nos reequacionar o que andamos aqui a fazer e o que queremos fazer com o princípio do resto das nossas vidas", confessou à filha.
Dividida entre duas profissões, a representação e a psicologia, o horário e o equilíbrio dos tratamentos não tem sido um entrave. Para a atriz "faz sentido continuar ativa" e não lamentar-se sobre a doença que a acompanha porque, felizmente, "a vida continua, com algumas limitações."
Só quem passa por este remoinho sabe e sente. Carla Andrino escondia a dor atrás do seu sorriso e enfrentou momentos particularmente difíceis e de angústia quando teve que fazer a mastectomia com a reconstrução e enfrentar os segundos e minutos para saber o resultado da biópsia: "Fiquei em choque. Esperava que fosse negativo e deu positivo", disse.
O ter de rapar o cabelo não foi uma limitação para si. Carla sente-se bonita e admite que a doença trouxe respeito por si mesma: "A vida é feita de fases, de momentos", relembra.
Apesar de tudo, Carla Andrino diz estar "feliz".
Resta esperar que tudo corra bem nesta batalha contra o cancro.