
No final da semana passada, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou o diploma do Governo que cria um novo jogo social, o 'Eurosorteio', mas deixou o alerta que a problemática da dependência dos jogadores deveria levar a menor oferta deste tipo de apostas.
Joana Amaral Dias insurge-se contra a decisão presidencial e deixa duras críticas a Marcelo Rebelo de Sousa e também ao Governo de António Costa. "Eis outra burla católica, com o aval do primeiro-ministro e do Presidente da República. Mais uma armadilha para os pobres, servida pelos habituais", aponta na sua conta de Instagram.
"Marcelo promulgou o 'Eurosorteio', o novo jogo oferecido pelo governo à Santa Casa da Misericórdia SCML. Ou seja, logo após o estudo do Conselho Económico e Social sobre a raspadinha, evidenciando que se trata pobres a financiar pobres, que são os que têm rendimentos mais baixos e os mais velhotes que mais jogam, a cúpula política contra-ataca. Esse relatório apelava à ação? Aqui está: serve-se mais do mesmo", acusa a psicóloga.
"Ou pior. Os ricos especulam, os pobres raspam e rapam. Lucra a SCML que ganha biliões com os seus jogos", sublinha. "Que triste retrato do País, afogado em jogos de azar, com imensos à procura do sonho em limalhas prateadas. Imerso numa tonta esperança que cala a revolta, alimentada por uma casta que só quer o seu dinheiro. A hipocrisia é tal que Marcelo promulgou, mas escreveu que a ‘problemática da adição ao jogo deveria levar a menor e não a maior oferta’. Extraordinário. Como se não bastasse, ainda acrescentou que as receitas deveriam 'ser canalizadas para o tratamento e prevenção de comportamentos aditivos'. Usar o dinheiro provocado pelos problemas para os tratar? Notável", ironiza Joana Amaral Dias.
"Lindo modelo. Como quando foi a Constância e os jornais titulavam: ‘Uma sandes e uma raspadinha para o Professor Marcelo’. Ou no último dezembro, em que foi a Abrantes e, segundo a imprensa, ‘comprou uma raspadinha e elogiou os museus do concelho’. Vá. Metam mais bacalhau e Ronaldo nisso, que a coisa passa", conclui a psicóloga.