
João Rôlo recordou um dos maiores dramas que viveu ao ter de se despedir da mãe e do pai em apenas dois dias, há cinco anos.
O estilista das famosas contou os pormenores da morte da mãe, Maria Cândida, a 7 de fevereiro de 2018, aos 88 anos. "A minha mãe começou a ter princípios de demência, ela tinha falta de oxigénio no cérebro. Eles tinham enfermeiros em casa. O meu pai tinha as maleitas normais a uma pessoa de 88 anos, estava bem, conduzia, tudo. A minha mãe começou a ter essa parte. De vez em quando tinha que ir ao hospital para estar um dia ao oxigénio e vinha para casa. Até que houve uma altura em que esteve quatro dias e não veio mais. É óbvio que uma pessoa está sempre à espera. Tem uma parte minha espiritual que lida muito bem com essa parte", começou a contar em entrevista a Júlia Pinheiro esta terça-feira, 31.
Mas a maior surpresa aconteceu dois dias depois, com o pai, José Moreira. "O meu pai não quis ir ao velório, não quis ir ao funeral, estava meio constipado então agarrou-se ali a dizer: 'Tenho medo, as igrejas são frias'. Estava em negação completamente. A seguir ao velório, nós saímos e fomos para a casa dele para almoçar, estar à tarde com ele. Eu tive que ir para o atelier porque tinha compromissos e, à noite, estava a chegar a casa quando liga o meu irmão a dizer: 'João, o pai acabou de falecer'", relatou.
"Ele tinha mandado uma mensagem [antes a dizer] que o pai sentiu-se mal, os enfermeiros já estavam a levá-lo ao hospital [...] Eles já não me contaram que a meio do trajeto teve o INEM que interceder, porque as coisas começaram a piorar, e, mal chegou ao hospital, morreu logo, passado minutos. Isso é que realmente uma pessoa não está à espera", disse.
"No dia do enterro da minha mãe! É horrível porque já é um dia que nós estamos super fragilizados, a precisar de carinho. As primeiras pessoas que chegaram à minha casa para me apoiar [...] receberam a notícia quando eu recebi, de que o meu pai tinha acabado de falecer. Tinha família que estava a chegar ao Porto e a voltar para trás", contou.
Para o estilista não há dúvida: "As almas gémeas acabam sempre por morrer juntas". "O meu pai não estava doente, morreu de desgosto", garantiu.